"CONTESTAR AS OPINIÕES ERRÔNEAS QUE CONTRA NÓS ESPÍRITAS SÃO APRESENTADAS; REBATER AS CALÚNIAS; APONTAR AS MENTIRAS; DESMASCARAR A HIPOCRISIA; TAL DEVE SER O AFÃ DE TODO ESPÍRITA SINCERO, CÔNSCIO DOS DEVERES QUE LHES SÃO CONFIADOS”.
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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 09.01.11 às 00:01link do post | favorito

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é buscar uma compreensão mais abrangente da idéia de Deus. Embora seja difícil não só definir Deus como também provar a sua existência, temos condições de senti-Lo e de intui-Lo em nossa mente e em nossos corações. É o que faremos neste ensaio sintético.

2. CONCEITO DE DEUS

2.1. A ORIGEM DA IDÉIA DE DEUS

A origem da idéia de Deus pode ser concebida:

  1. Através da antiga doutrina cristã, que afirma que Deus se revelou aos antepassados do povo de Israel por meio das comunicações pessoais que lhes deram uma noção verdadeira, porém incompleta do Deus único, infinito e eterno; depois, no decurso de sua história, foi o povo alcançando gradualmente uma idéia mais adequada e estável acerca da natureza e dos atributos de Deus;
  2. Como resultado de um desenvolvimento puramente natural. Enquanto o homem se manteve no nível meramente animal não houve nele a idéia de Deus, se bem que existisse uma tendência para a religião. As suas necessidades e aspirações não encontravam satisfação no Mundo ambiente; conheceu as dificuldades e a dor. Em tais circunstâncias, surgiram no seu espírito "por necessidade psicológica" a idéia de encontrar auxílio que de algures lhe viesse, bem como a de algum poder ou poderes capazes de lho ministrar. Uma vez introduzida a idéia de Deus, observa-se a tendência para a multiplicação dos deuses ( e daí o politeísmo). Com o alargamento da família para a nação, a esfera de deus também ia se ampliando, e as vitórias sobre outras nações, assim como um mais largo entendimento no que concerne ao Mundo, teriam produzido enfim a idéia de um deus único além do quais todos os outros deuses seriam somente pretensos deuses, sem existência real. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

2.2. ETIMOLOGIA

Deus é um dos conceitos mais antigos e fecundos do patrimônio cultural da humanidade. Deriva do indo-europeu deiwos (resplandecente, luminoso), que designava originariamente os celestes (Sol, Lua, estrelas etc.) por oposição aos humanos, terrestre por natureza. Psicologicamente corresponde ao objeto supremo da experiência religiosa, no qual se concentram todos os caracteres do numinoso ou sagrado. (Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado).

2.3. SIGNIFICADO DE DEUS

Tomou esta palavra a significação de princípio de explicação de todas as coisas, da entidade superior, imanente ou transcendente ao mundo (cosmos), ou princípio ou fim, ou princípio e fim, ser simplicíssimo, potentíssimo, único ou não, pessoal ou impessoal, consciente ou inconsciente, fonte e origem de tudo, venerado, adorado, respeitado, amado nas religiões e nas diversas ciências. Deste modo, em toda a parte onde está o homem, em seu pensamento e em suas especulações, a idéia de Deus aflora e exige explicações. É objeto de fé ou de razão, de temor ou de amor, mas para ele se dirigem as atenções humanas, não só para afirmar a sua existência, como para negá-la. (Santos, 1965)

Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

3. DEUS E A DIVINDADE: MONOTEÍSMO E POLITEÍSMO

Os termos monoteísmo e politeísmo surgem no processo de identificação ou de distinção entre Deus e a divindade.

No politeísmo há uma hierarquia de deuses, de modo que não há uma identidade entre Deus e Divindade. A não observância dessa distinção acaba por confundir muitas mentes. Platão, Aristóteles e Bergson, por exemplo, são qualificados como monoteístas, quando na realidade não o são. No Timeu de Platão, o Demiurgo delega a outros deuses, criados por ele próprio, parte de suas funções criadoras; o Motor de Aristóteles, pressupõe a existência de outros motores menores. Em outros termos, a substância divina é participada por muitas divindades. Convém, assim, não confundir a unidade de Deus com um reconhecimento da unicidade de Deus. A unidade pressupõe a multiplicidade. Quer dizer, Deus sendo uno, ele pode multiplicar-se em vários deuses, formando uma hierarquia. Mas justamente por isso não é único: a unidade não elimina a multiplicidade, mas a recolhe em si mesma. Obviamente a multiplicidade de deuses em que se multiplica e se expande a divindade, não exclui a hierarquia e a função preemintente de um deles (o Demiurgo de Platão, o Primeiro Motor de Aristóteles, o Bem de Plotino); mas o reconhecimento de uma hierarquia e de um chefe da hierarquia não significa absolutamente a coincidência de Divindade e Deus e não é, portanto, monoteísmo.

O monoteísmo é caracterizado não pela presença de uma hierarquia, mas pelo reconhecimento de que a divindade é possuída só por Deus e que Deus e divindade coincidem. Nas discussões Trinitárias da Idade Patrística e da Escolástica, a identidade de Deus e da divindade foi o critério dirimente para reconhecer e combater aquelas interpretações que se inclinavam para o Triteísmo. Certamente, a Trindade é apresentada constantemente como um mistério que a razão mal pode roçar. Mas o que importa relevar é que a unidade divina só é considerada abalada quando, com a distinção entre Deus e a divindade, se admite, implícita ou explicitamente, a participação da mesma divindade por dois ou mais seres individualmente distintos. (Abbagnano, 1970)

Para o Espiritismo, Deus é o Criador do Universo. Portanto, admite a tese monoteísta. Contudo, os Espíritos por Ele criado, conforme o grau de evolução alcançado, podem ser classificados como Espíritos Co-Criadores em plano maior e Espíritos Co-Criadores em plano menor. De acordo com o Espírito André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, os Espíritos Co-Criadores em plano maior "tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, de múltiplas expressões, radiantes e obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade"..."Em análogo alicerce, as Inteligências humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluido cósmico, em permanente circulação no Universo, para a Co-Criação em plano menor, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada". (Xavier, 1977, p.20 a 23).

4. A REVELAÇÃO DE DEUS

A revelação de Deus aos homens pode ocorrer de três modos:

1.º) a que atribui à iniciativa do homem e ao uso das capacidades naturais de que dispõe, o conhecimento que o homem tem de Deus;

2.º) a que atribui à iniciativa de Deus e à sua revelação o conhecimento que o homem tem de Deus;

3.º) a que atribui à mescla das duas anteriores: a revelação não faz senão por concluir e levar à plenitude o esforço natural do homem de conhecer a Deus.

Desses três pontos de vista, o primeiro é o mais estritamente filosófico, os outros dois são predominantemente religiosos. O segundo ponto de vista pode ser visto em Pascal, quando afirma que "É o coração que sente a Deus, não a razão". O terceiro ponto de vista foi encarnado pela Patrística, que considerou a revelação cristã como complemento da filosofia grega. (Abbagnano, 1970)

De acordo com o Espiritismo, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo sua elaboração fruto do trabalho do homem. E como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental: formula hipóteses, testa-as e tira conclusões. (Kardec, 1975, p. 19 e 20)

5. PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

A prova da existência pode ser encontrada no axioma que aplicamos à ciência: não há efeito sem causa. Se o efeito é inteligente, a causa também o é. Diante deste fato, surge a questão: sendo o homem finito, pode ele perscrutar o infinito? Santo Tomas de Aquino dá-nos uma explicação, que é aceita com muita propriedade. A desproporcionalidade entre causa e efeito não tira o mérito da causa. Se só percebemos parte de uma causa, nem por isso ela deixa de ser verdadeira. Allan Kardec, nas perguntas 4 a 9 de O Livro dos Espíritos, diz-nos que para crer em Deus é suficiente lançar os olhos às obras da Criação. O Universo existe; ele tem, portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo o efeito tem uma causa, e avançar que o nada pode fazer alguma coisa. A harmonia que regula as forças do Universo revela combinações e fins determinados, e por isso mesmo um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso seria uma falta de senso, porque o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria acaso.

6. DEUS DA FÉ E DEUS DA RAZÃO

Descartes, no âmago da sua lucubração racionalista, descobre Deus através da razão. Pascal, por outro lado, fala-nos que só podemos conhecer Deus através da Fé. A dicotomia entre fé e razão sempre existiu ao longo do processo histórico. Aceitar Deus pela razão é um atitude eminentemente filosófica; enquanto aceitar Deus pela fé é uma atitude preponderantemente religiosa.

De acordo com o Espiritismo, a fé é inata no ser humano, ou seja, ela é um sentimento natural, que precisa, contudo, ser raciocinado. Não adianta apenas crer; é preciso saber porque se crê. É nesse sentido que Allan Kardec elaborou a codificação. Observe que junto ao título de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Codificador colocou uma frase lapidar: "Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade". Quer dizer, nunca aceitar nada sem o crivo da razão.

7. ATRIBUTOS DA DIVINDADE

Allan Kardec, nas perguntas 10 a 13 de O Livro dos Espíritos, explica-nos que se ainda não compreendemos a natureza íntima de Deus, é porque nos falta um sentido. Esclarece-nos, contudo, que Deus deve ter todas as perfeições em grau supremo, pois se tivesse uma de menos, ou que não fosse de grau infinito, não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus. Assim:

DEUS É ETERNO. Se Ele tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou, então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade.

É IMUTÁVEL. Se Ele estivesse sujeito a mudanças as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.

É IMATERIAL. Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma Ele não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria.

É ÚNICO. Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização da matéria.

É TODO-PODEROSO. Porque é único. Se não tivesse o poder-soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto Ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obra de um outro Deus.

É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nos menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça nem da sua bondade.

8. IMAGEM DE DEUS

Imaginar Deus como um velhinho de barbas brancas, sentado em um trono, é tomá-Lo como um Deus antropomórfico. Damo-Lhe a extensão de nossa visão. Quer dizer, quanto mais primitivos formos, mais associamo- Lo às coisas palpáveis, como trovão, tempestade, bosque etc. À medida que progredimos no campo da espiritualidade, damo-Lhe a conotação de energia, de criação, de infinito, de coisa indefinível etc. O homem cria Deus à sua imagem e semelhança. Não se trata de criar Deus, mas sim uma imagem de Deus à nossa imagem e semelhança. Observe que a imagem oriental é uma imagem de aniquilação. No Espiritismo, devemos lembrar sempre que Deus não tem forma, pois difere de tudo o que é material. Devemos, sim, intuí-Lo, simplesmente, como a causa primária de todas as coisas.

9. CONCLUSÃO

Lembremo-nos de que encontramos Deus em nossa experiência mais íntima. Quer sejamos crentes ou ateus - estamos sempre procurando transcender-nos rumo a metas cada vez mais novas e nunca completamente realizáveis. Nesse sentido, a experiência superficial é alienante. Somente num constante esforço de aprofundamento de tudo o que nos rodeia é que podemos alcançar a riqueza da vida. Desse modo, convém sempre nos dirigirmos a Deus alicerçados na humildade e simplicidade de coração, com o bom ânimo de atender primeiramente à Sua vontade e não à nossa.

10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

                       ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo, Mestre Jou, 1970.

                       Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.

                       KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.

                       KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.

                       Polis - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado.

                       SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.

                       XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

 


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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 08.01.11 às 19:36link do post | favorito

a.     Quando eu queimo um touro no altar como sacrifício, eu sei que isso cria um odor agradável para o Senhor (Levíticos 1:9). O problema são os meus vizinhos. Eles reclamam que o odor não é agradável para eles. Devo matá-los por heresia?

b.     Eu gostaria de vender minha filha como escrava, como é permitido em Êxodo 21:7. Na época atual, qual você acha que seria um preço justo por ela?

c.     Eu sei que não é permitido ter contato com uma mulher enquanto ela está em seu período de impureza menstrual (Levíticos 15:19-24). O problema é: como eu digo isso a ela? Eu tenho tentado, mas a maioria das mulheres toma isso como ofensa.

d.     Levíticos 25:44 afirma que eu posso possuir escravos, tanto homens quanto mulheres, se eles forem comprados de nações vizinhas. Um amigo meu diz que isso se aplica a mexicanos, mas não a canadenses. Você pode esclarecer isso? Por que eu não posso possuir canadenses?

e.     Eu tenho um vizinho que insiste em trabalhar aos sábados. Êxodo 35:2 claramente afirma que ele deve ser morto. Eu sou moralmente obrigado a matá-lo mesmo?

f.     Um amigo meu acha que mesmo que comer moluscos seja uma abominação (Levíticos 11:10), é uma abominação menor que a homossexualidade. Eu não concordo. Você pode esclarecer esse ponto?

g.     Levíticos 21:20 afirma que eu não posso me aproximar do altar de Deus se eu tiver algum defeito na visão. Eu admito que uso óculos para ler. A minha visão tem mesmo que ser 100%, ou pode-se dar um jeitinho?

h.     A maioria dos meus amigos homens apara a barba, inclusive o cabelo das têmporas, mesmo que isso seja expressamente proibido em Levíticos 19:27. Como eles devem morrer?

i.     Eu sei que tocar a pele de um porco morto me faz impuro (Levíticos 11:6-8), mas eu posso jogar futebol americano se usar luvas? (as bolas de futebol americano são feitas com pele de porco).

j.     Meu tio tem uma fazenda. Ele viola Levíticos 19:19 plantando dois tipos diferentes de vegetais no mesmo campo. Sua esposa também viola Levíticos 19:19, porque usa roupas feitas de dois tipos diferentes de tecido (algodão e poliester). Ele também tende a xingar e blasfemar muito. É realmente necessário que eu chame toda a cidade para apedrejá-los (Levíticos 24:10-16)? Nós não poderíamos simplesmente queimá-los em uma cerimônia privada, como deve ser feito com as pessoas que mantêm relações sexuais com seus sogros (Levíticos 20:14)?

 


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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 05.01.11 às 13:38link do post | favorito

 

"Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás ao teu inimigo. Eu porém vos digo: Amai aos vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos Céus, porque Ele faz nascer o seu Sol sobre os bons e sobre os maus, e vir suas chuvas sobre os justos e injustos. Porque, se amardes aos que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos o mesmo? E se saudardes somente aos vossos irmãos, que fazeis de especial? Não fazem os gentios também o mesmo? Sede vós, pois, perfeitos, como o vosso Pai celestial é perfeito". (Mateus, V, 43-48. )"

 

 

Mas os fariseus, sabendo que Jesus fizera calar os saduceus, reuniram-se; e um deles, doutor da lei, para experimentá-lo, fez-lhe esta pergunta: “Mestre, qual é o grande mandamento da lei?”.

 

Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo semelhante a este é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. “Estes dois mandamentos resumem toda a lei e os profetas". (Mateus, XXII, 34-40. )

 

A religião dos homens não é a religião de Deus. A religião dos homens se resume nos sacramentos: batismo, confissão, crisma, matrimônio, missas, extrema-unção, procissões, festas, dias-santos, dízimos.

 

A religião de Deus é caridade, misericórdia, paz, paciência, tolerância, perdão, amor a Deus, amor ao próximo.

 

A religião dos homens é misericórdia sujeita ao numerário.

 

A religião de Deus está isenta do dinheiro do mundo.

 

A religião dos homens circunscreve a razão e o sentimento, prescrevendo a ignorância; não admite a evolução.

 

A religião de Deus reclama o estudo e proclama o progresso.

 

A religião dos homens consiste em dogmas e mistérios que a consciência repele e o sentimento repudia.

 

A religião de Deus derruba as barreiras do sobrenatural e afirma que nunca disse, nem dirá a última palavra, porque é de evolução permanente.

 

A religião dos homens escraviza as almas, escraviza a inteligência, anula a razão, condena a análise, a investigação, o livre-exame.

 

A religião de Deus manda ao indivíduo, como Paulo, examinar tudo, crescer em todo o conhecimento, fazer o estudo crítico do que lhe for apresentado para separar o bom do mau e não ter tropeço no "dia do Cristo".

 

A religião dos homens não tem espírito: para ela o Evangelho é letra-morta, não tem a palavra de Jesus; seus santos são de pau e barro; suas virtudes, de incenso e alfazema; suas obras são folguedos, festanças com alarido de sinos, de foguetes, de fanfarra; seus ornamentos, de fitas e papéis de cores.

 

A religião de Deus é vivificada pelo Espírito da vida eterna, é acionada pelas Revelações sucessivas, baseia-se na palavra de Jesus, nos Evangelhos, nas Epístolas Apostólicas. Seus santos são espíritos vivos, puros, ou que se estão purificando e que vêm comunicar-se com os homens na Terra, para guiá-los à verdade; suas virtudes são as curas dos enfermos operadas por esses Espíritos, as manifestações de materializações, de transportes, de fotografia, que vem dar a certeza da imortalidade e estabelecer a verdadeira fé.

 

A religião dos homens é a aflição, o desespero, a morte; ao doente ela só oferece a confissão auricular; ao agonizante a extrema-unção e depois da morte o De-Profundis com as subsequentes missas, que constituem um gravame eterno para a família do morto.

 

A religião de Deus é a consolação, a esperança, a vida: ao doente dá remédios, fluidos divinos para lenir o sofrimento; ao agonizante desvenda o reino da imortalidade e afirma o prosseguimento da vida independente da vida na Terra; dá de graça a misericórdia, cerca o paciente de amor e a todos recomenda a oração gratuita como meio de auxiliar os que sofrem.

 

A religião dos homens é composta de uma hierarquia que começa no pequeno cura de aldeia para se elevar através das dignidades de cônego, monsenhor, bispo, arcebispo, cardeal, ao caporal maior, o Sumo Pontífice Infalível, o Papa, ao pastor; cada qual se distingue pela tonsura, vestimenta, rubis, pedrarias de esmeraldas, brilhantes, diamantes e roupagens de seda, de púrpura, de Holanda: obrigando o hábito a fazer o monge.

 

A religião de Deus é ministrada pelo Espírito, por intermédio dos dons espirituais de que fala o grande apóstolo da luz em sua gloriosa Epístola, hoje de divulgação mundial; ela não distingue o religioso, o cristão, pelo hábito, pela opa, pela batina, pelos anéis, pela coroa, pela mantilha, pelos rosários, pelas medalhas, pelas cruzes, porque qualquer tartufo ou "tartufa" pode usar essas insígnias; mas reconhece o cristão, o religioso pelo caráter, pelo critério, pela fé que dele emana, pela caridade que o caracteriza, pela esperança não fingida que manifesta.

 

A religião dos homens persegue, anatematiza, odeia e calunia os que são descrentes.

 

A religião de Deus perdoa, ora, auxilia, serve e ampara seus próprios perseguidores, detratores, caluniadores e adversários.

 

A religião dos homens se ilumina à luz do azeite, da cera, da eletricidade.

 

A religião de Deus é a luz do Mundo e de todo o Universo.

 

A religião dos homens é insípida, corruptível; usa o sal material.

 

A religião de Deus é o sal da Terra: conserva, transforma, purifica.

 

A religião dos homens tem igrejas de pedra, de terra, de cal, de ferro, de madeira.

 

A religião de Deus tem por igreja, como disse o apóstolo, almas, Espíritos vivificantes.

 

As igrejas dos homens são de matéria inerte, caem ao embate dos ventos, das tempestades, das correntezas.

 

Contra a Igreja de Deus os elementos não prevalecem; ela é imperecível e se nos mostra cada vez mais viva, mais luminosa.

 

A religião dos homens é a opressão, o orgulho, o egoísmo, a mercancia.

 

A religião de Deus é a da liberdade, da humildade, do amor, do desinteresse.

 

A religião dos homens não é a religião de Deus: a religião dos homens é a dos homens e para os homens.

 

A religião de Deus é a luz universal que proclama a verdade, o caminho e a vida, repetindo a palavra do incomparável sábio e santo, Jesus o Cristo: Amai os vossos inimigos; orai pelos que vos caluniam; que a vossa justiça seja maior que a dos escribas e fariseus; amai a Deus e ao próximo, porque neste amor se fundam a lei e os profetas; sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial!

 

 

Caírbar Schutel

Extraído do livro:Parábolas e Ensinos de Jesus

 


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