"CONTESTAR AS OPINIÕES ERRÔNEAS QUE CONTRA NÓS ESPÍRITAS SÃO APRESENTADAS; REBATER AS CALÚNIAS; APONTAR AS MENTIRAS; DESMASCARAR A HIPOCRISIA; TAL DEVE SER O AFÃ DE TODO ESPÍRITA SINCERO, CÔNSCIO DOS DEVERES QUE LHES SÃO CONFIADOS”.
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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 17.08.10 às 02:41link do post | favorito

 

         Estamos diante de um tema ainda muito polêmico, pois a maioria das correntes religiosas cristãs advoga o princípio da Trindade Divina.

         Estudaremos este assunto, buscando contra-argumentar o que diz a esse respeito o que encontramos na Internet no site: www.cicero.com.br, pois combate especificamente a posição do Espiritismo sobre esse tema.

         Antes de entrar no assunto vamos recorrer a Paulo em sua carta aos Hebreus, mais precisamente no capítulo 5, versículos 11 a 14, que poderia muito bem ser usada sobre os fundamentos da Doutrina Espírita: “A este respeito teríamos muito a dizer e coisas bem difíceis de explicar, dada a vossa lentidão em compreender. A julgar pelo tempo, já devíeis ser mestres! Contudo ainda necessitais que vos ensinem os primeiros rudimentos da palavra de Deus. Tendes necessidade de leite em lugar de alimento sólido. Ora, quem se alimenta de leite não é capaz de compreender uma doutrina profunda, porque é ainda criança. O alimento sólido é para os adultos, aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal”.

         Vamos então à análise do que consta nesse site.

 

O que diz o espiritismo?

1) Sobre o Deus Pai

Deus está muito longe, e o homem só pode alcançá-lo atingindo a perfeição.

Livro dos Espíritos – 57a Ed. – Primeira Parte – Cap. I – Atributos da Divindade – Pergunta 11 – Pág. 54.

 

         Parece que o autor deste artigo não compreendeu mesmo o que estava lendo, talvez “o alimento era sólido” demais para ele, senão vejamos o que realmente temos no Livro dos Espíritos:

         “Pergunta 11: Um dia será dado ao homem compreender o mistério da Divindade? Cuja resposta foi: - Quando seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria e, pela sua perfeição, estiver próximo dele, então, ele o verá e o compreenderá. Acrescentaremos a explicação de Kardec a esta resposta: A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, freqüentemente, com a criatura, da qual lhe atribui as imperfeições. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve nele, seu pensamento, penetra melhor o fundo das coisas, e dele faz uma idéia mais justa e mais conforme a sã razão, embora sempre incompleta”.

         Fica claro que o que está muito longe é o homem compreender o mistério da Divindade e não, como quer distorcer o autor, que Deus esteja longe de nós.

         Para melhor compreendermos isso, basta verificarmos, como fato incontestável, que a própria evolução da humanidade fez com que ela também evoluísse na idéia que tinha do que era Deus. Notamos claramente isto até nos relatos da Bíblia, onde um Deus sanguinário, vingativo, parcial conforme consta do Antigo Testamento está muito diferente daquele Deus que Jesus nos passa, pois nesta nova perspectiva, e por já estarmos evoluídos para compreender, nos apresenta um Deus-Pai. Jesus o coloca como “meu Pai e vosso Pai”, assim podemos verificar que o conceito de Deus já teve uma certa evolução. É isso que os espíritos queriam dizer. E é tão óbvio que quanto mais evoluídos estivermos maior será a nossa compreensão de Deus. Podemos até repetir o que Paulo disse em sua primeira carta aos Coríntios (13, 11): “Quando eu era criança, falava como criança pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança”. Como ainda somos crianças espirituais não conseguimos raciocinar como um adulto (espírito puro).

         É tudo tão claro que fica até difícil entender como alguém não percebe coisas tão obvias. Mas sabemos que um dia a luz se fará para todos, mesmo os retardatários irão conseguir alcançar os que estão muito à frente na evolução, aí sim, teremos a verdadeira compreensão do que é Deus.

 

2) Sobre o Deus Filho

O Espiritismo não crê que Jesus Cristo seja Deus.

Obras Póstumas – 19 a Ed. - Primeira Parte - Cap. III - As palavras de Jesus provam a sua divindade?- Pág.134

 

         Se aceitarmos que Jesus Cristo seja o próprio Deus, estaremos diante de um absurdo, pois forçosamente teremos que admitir que Deus tenha evoluído. Ora se por um motivo qualquer Deus possa ter evoluído é porque ele não era Deus, pois um dos seus atributos é a imutabilidade.     

         Mas porque estamos dizendo que Deus evoluiu. É só ler a Bíblia que encontraremos nitidamente esta evolução divina. Comparemos, então, estas duas passagens:

 

1ª) 2 Reis 2, 23-24: De lá ele subiu a Betel. Enquanto ia subindo a estrada, um bando de meninos saíram da cidade e começaram a fazer troça dele, gritando: Vem subindo, seu careca! Vem subindo, seu careca! Eliseu se virou e, quando viu os meninos, amaldiçoou-os em nome do Senhor. Então saíram duas ursas do mato e despedaçaram 42 destes meninos.

 

2ª) Marcos 10, 13-14: Apresentaram-lhe umas crianças para afagá-las mas os discípulos os repreendiam. Vendo, Jesus se aborreceu e lhes disse: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque delas é o reino de Deus”.

 

         Vejam que na primeira passagem, por uma simples brincadeira de criança Deus (=Jesus?) manda duas ursas ferozes que matam 42 delas. Enquanto que na segunda os discípulos querendo afastar as crianças de Jesus (=Deus?), ele fica aborrecido com essa atitude e os repreende. É ou não é uma evolução?

         Mas não bastasse isso veremos que nos Evangelhos o que podemos tirar a respeito disso.

         Aí também iremos entender os argumentos de Kardec, quanto questiona se as palavras de Jesus podem provar a sua divindade.

         Consultando os quatro evangelistas, iremos observar que em cinqüenta e quatro ocasiões Jesus se diz “filho do homem”, significando com isso que era mesmo um homem. Neles também encontramos vinte e uma situações onde é dito “filho de Deus”, ou seja, um mensageiro de Deus, o Messias, destas somente quatro são proferidas por Jesus. Especificamente no Evangelho de João temos vinte e duas vezes em que Jesus diz, ter sido enviado por Deus, não fazer a sua vontade, mas daquele que o enviou, que o Pai é maior que ele, etc. mostrando uma completa submissão a Deus. Ora o raciocínio aqui é até simples: quem é subordinado não pode estar simultaneamente na mesma posição de superior.

Como por exemplos podemos, citar:

 João 14, 28: Ouvistes a que vos disse: vou e volto para vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos. Eu vou para junto do Pai porque o Pai é maior do que eu.

         Em Lucas 18, 18-19 lemos: Um certo homem de posição perguntou-lhe, dizendo: “Bom Mestre, o que devo fazer para alcançar a vida eterna?” Jesus lhe respondeu: Por que me chamas de bom? Ninguém é bom senão Deus.

         Afinal como Jesus mesmo se definia, o que os discípulos e o povo pensavam dele, é o que veremos agora:

a) Jesus

    João 8, 40: Eis que agora procurais tirar-me a vida, a um homem que vos tem falado a verdade, que ouviu de Deus.

    Marcos 6, 4-5: Jesus, porém, lhes dizia: “Um profeta só é desprezado em sua terra, entre seus parentes e em sua própria casa”. E ali não pode fazer nenhum milagre.

    Lucas 13, 33: É necessário, entretanto, que caminhe hoje, amanhã e depois de amanhã porque não é admissível que um profeta morra fora de Jerusalém.  

 b) Discípulos

    Lucas 24, 19: Perguntou-lhes ele: “O que foi?” Disseram: “A respeito de Jesus de Nazaré. Era profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo”.

    1 Timóteo 2, 5: Porque um é Deus, um também é o mediador entre Deus e os homens, um homem: Cristo Jesus.

     Atos 2, 22: Israelitas, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus deu testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele realizou, como vós mesmos o sabeis. (Pedro)

c) O povo

    Mateus, 21, 11: E a multidão respondia: “É o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia”.

    Mateus 21, 45-46: E ouvindo-lhe as parábolas, os sumos sacerdotes e os fariseus entenderam que falava deles e queriam agarrá-lo mas tinham medo da multidão que o tinha como profeta.

    Lucas 7, 16: O medo se apoderou de todos e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós”; e: “Deus visitou seu povo”.

         Não vemos aqui nenhuma afirmação que Jesus era Deus, apenas que era um homem ou um profeta.

         Não devemos nos esquecer que também Jesus afirmou: “Vos sois Deuses” (João 10, 34) e “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim, também fará as obras que faço. E fará maiores ainda do que essas, porque eu vou para o Pai”. (João 14, 12). Se formos seguir esta mesma linha de raciocínio poderemos afirmar que também somos Deuses.

        

3) Sobre o Deus Espírito Santo

O Espiritismo não crê que o Espírito Santo seja Deus, antes ensinam que Ele é a terceira revelação e que seria o próprio Espiritismo. Daí o espírito que se revelou a Allan Kardec chamar-se Espírito de Verdade.

Evangelho Segundo o Espiritismo – 106 a Ed. - Cap. I - Não vim destruir a lei - Item 6 - Pág. 57.

 

         Sobre este tema vamos recorrer a José Reis Chaves, teólogo católico, autor do livro “A Face Oculta das Religiões”, no capítulo O Espírito Santo, página 125, onde diz, textualmente:

         “Agora, retomando o nosso assunto, vamos falar sobre a origem da palavra Espírito Santo. No Grego só existem artigos definidos, não havendo, pois, o artigo indefinido “um”. Assim, quando em Grego se diz “o”, aparece o artigo ho. Mas, quando se quer dizem “um”, não aparece o artigo ho. Mas, quando se quer dizer “um”, não aparece artigo nenhum, porque, repetimos, não há em Grego artigo indefinido”.

         “E na Bíblia, quando aparece o Espírito Santo, vem sem artigo, portanto, a tradução correta é, no Português, “um” Espírito Santo, e não “o” Espírito Santo. O Professor Pastorino mostra isso, apontando para os erros de tradução de vários trechos da Bíblia. E, com relação a essa questão da inexistência do artigo indefinido no Grego, todos nós que estudamos Grego, um pouco que seja, sabemos que, de fato, não se pode dizer “o” Espírito Santo, mas “um” Espírito Santo, pois, no original dos textos bíblicos, não há o artigo definido, pelo que se conclui que o artigo é indefinido, ou seja, “um””.

         Assim no fundo o que querem atribuir como o Espírito Santo nada mais é que um Espírito Santo (Puro), ou seja, um de elevada evolução dentre vários que existem no plano espiritual.

         Quanto ao Espiritismo ensinar que o Espírito Santo é a terceira revelação é pura confusão, pois o que afirmamos é que ele, o Espiritismo, sendo o Consolador Prometido por Jesus é a terceira revelação e que o Espírito de Verdade foi quem coordenou no plano espiritual as orientações enviadas por uma plêiade de espíritos superiores, que codificadas por Kardec, serviram de base para toda a parte filosófica da Doutrina Espírita.

 

 O que diz o Cristianismo?

1) Sobre o Deus Pai

A Bíblia do Cristianismo afirma que Deus não está longe de cada um de nós. Atos 17:27

 Diz também que o Deus Pai criou todas as coisas. Isaías 42:5

 

Não somos nós, os Espíritas, que afirmamos que Deus está longe de nós, muito ao contrário, conforme poderemos observar da fala de Kardec. Senão vejamos:

“Em qualquer lugar que se encontrem, os puros Espíritos podem contemplar a majestade divina, porque Deus está em toda parte”. (Céu e Inferno, pág. 31).

         “Nesse código penal divino, a sabedoria, a bondade e a providência de Deus, por suas criaturas, se revelam até nas pequeninas coisas”; (Céu e Inferno, pág. 299).

         “Os caminhos de Deus, para a salvação de suas criaturas, são inumeráveis; a evocação é um meio de assisti-los, mas certamente não é o único, e Deus não deixa ninguém no esquecimento”. (Céu e Inferno, pág. 300).

         “Assim se acha realizada a grande lei da unidade da Criação; Deus jamais esteve inativo; teve sempre Espíritos, experimentados e esclarecidos, para a transmissão das suas ordens e para a direção de todas as partes do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes”. (Céu e Inferno, pág. 100).

         “Não obstante, Deus não abandona a nenhuma de suas criaturas”. (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, item 8, pág. 61).

         Não fosse talvez a pressa de ler e achar que já tinham argumentos suficientes para “derrubar” os princípios da Doutrina Espírita, poderiam ver claramente que em tudo o que Kardec coloca Deus está sempre junto de nós.

         Não dizemos, como o cristianismo, que Deus criou todas as coisas para depois contraditoriamente dizer que Ele separa as pessoas privilegiando umas em detrimento de outras apenas por pertencer a determinada corrente religiosa, mas afirmamos, com absoluta convicção, que para Deus todos nós somos iguais, pouco importando a Ele que situação nós estamos vivenciando aqui nesta nova encarnação.

        

 2) Sobre o Deus Filho

A Bíblia identifica Jesus Cristo como o verbo que estava no princípio com Deus, Ele é Deus e todas as coisas foram criadas por Ele.

Romanos 9:5; Colossenses 1:16; I João 5:20 e João 1:1-3.

 

         É muito interessante quando no desenvolvimento de nossos estudos deparamos com situações em que cada corrente religiosa apresenta a sua Bíblia como verdade, entretanto a verdade não pode vir de coisas que divergem entre si. Vejamos sobre a passagem de Paulo aos Romanos 9:5, como se encontra na Bíblia Católica (Ed. Vozes) e a Bíblia Anotada (Ed. Mundo Cristão), respectivamente:

Ed. Vozes:... deles são os patriarcas e deles é o Cristo segundo a carne. O Deus que está acima de tudo seja bendito pelos séculos! Amém.

Ed. Mundo Cristão:... deles são os patriarcas e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém.

         Observem bem que o sentido ficou completamente mudado, onde Paulo apenas louvava a Deus, passou-se a entender que ao dizer Deus estaria se referindo a Jesus. Como um simples ponto pode mudar todo o sentido, não é mesmo?

         Da citada carta de Paulo aos Colossenses no capítulo 1, iremos para uma melhor análise, iniciar do versículo 15 e terminar no 20: Ele é a imagem do Deus invisível, primogênito de toda criatura; porque nele foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: tronos, dominações, principados, potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de tudo e tudo subsiste nele. Ele é a cabeça do corpo da Igreja; ele é o princípio, o primogênito dos mortos, para ter a primazia em todas as coisas. Aprouve a Deus fazer habitar nele a plenitude e por ele reconciliar tudo para ele, pacificando pelo sangue da sua cruz todas as coisas, assim as da terra como as do céu.

         Se Paulo pensasse que Jesus fosse realmente Deus, nunca poderia dizer “ele é a imagem de Deus invisível” e “aprouve a Deus fazer habitar nele a plenitude”. O texto só poderá ser compreendido com a chave que o Espiritismo oferece.

         Sabemos que Jesus é o construtor e o governador espiritual do nosso planeta. Por ser um espírito de elevadíssima evolução, foi lhe dado por Deus a sublime tarefa de presidir a formação de nosso planeta bem como de acompanhar todo o nosso progresso espiritual, cuidando para que se cumpra a vontade de Deus. É por isso que em João 8, 58 temos Jesus dizendo: “Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou”. E de tão atrasados que ainda somos, às vezes, o confundimos com o próprio Deus, ou como uma segunda pessoa da divindade celeste. Se o próprio Paulo fala: “Visto que não há senão um só Deus” (Romanos 3, 30), não queria divinizá-lo ou torná-lo um Deus, usou apenas de um simbolismo para realçar a grandeza de Jesus, quando de sua epístola aos Colossenses.

         Esta mesma linha de raciocínio podemos levar para a passagem de João 1, 1-3: No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. No princípio estava ele com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada se fez de tudo que foi feito.

Em 1 João 5, 20: Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E nós estamos no Verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Ele é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Ora se Jesus nunca quis passar por Deus, como já colocamos anteriormente, porque é que certas pessoas querem de qualquer forma torná-lo Deus. Na passagem acima se colocássemos a última frase da seguinte maneira: Ele, o verdadeiro, é Deus e a vida eterna. Não ficaria mais coerente com tudo o que disse Jesus sobre si mesmo? Sabemos que uma simples questão de pontuação poderá mudar completamente o sentido de um texto. Assim quem me garante que quem traduziu a Bíblia colocou a pontuação conforme o pensamento do autor bíblico? Ou foi colocada conforme o conhecimento ou conveniência deste tradutor?

         Por outro lado, se ainda persistirmos em querer considerar Jesus como sendo Deus ficaremos incoerentes com a própria palavra de Deus, pois em Mateus 4, 1-11 temos o episódio de Jesus sendo tentado três vezes pelo demônio enquanto que em Tiago 1, 13 encontramos que “Deus não pode ser tentado para o mal”.

 

 3) Sobre o Deus Espírito Santo

A Bíblia identifica o Espírito Santo como o selo da promessa. Efésios 1:13

 O Espírito Santo é Deus. Atos 5:3-4

O Espírito Santo é a Verdade e todas as coisas foram criadas por intermédio Dele, do Pai e do filho. I João 5:6-7; Jó 33:4 e Gênesis 1:26.

 É o Espírito Santo quem nos faz lembrar e nos ensina todas as coisas concernentes à Bíblia. Quem não tem o Espírito Santo não pode ter a revelação. João 14:16, 17,26.

 

         Vejamos as passagens citadas, neste ponto:

Efésios 1, 13: Nele também vós, que escutastes a palavra da verdade, o Evangelho de nossa salvação, no qual crestes, fostes selados com o selo do Espírito Santo prometido.

Atos 5, 3-4: Pedro, porém, disse: “Ananias, por que Satanás se apoderou de teu coração, para enganar o Espírito Santo, reservando uma parte do preço do Campo? Por acaso não podias conservá-lo, sem vendê-lo? E depois de vendido, não podias dispor livremente da quantia? Por que fizeste tal coisa? Não foi aos homens, que mentiste, mas a Deus”.

Jó 33, 4: O sopro de Deus me fez, o alento do Poderoso me deu a vida.

João 14, 16: Rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, que estará convosco para sempre,...

João 17, 26: Dei-lhes conhecimento de teu nome e ainda hei de dar para que o amor, com que me amaste, esteja neles, como eu.

         Depois que modificaram “um espírito” para “o espírito” é obvio que iriam enquadrar várias passagens bíblicas para justificar o tal do Espírito Santo. Não há mais nada que possamos comentar, a não ser que estudem o livro de José Reis Chaves, citado por nós.

         Continuemos:

Gênesis 1, 26: Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos e todos os animais selvagens e todos os répteis que se arrastam sobre a terra”.

         Na Bíblia Anotada em nota de rodapé dizem: Façamos... nossa. Plurais (sic) de majestade. Até poderia ser se o texto fosse originalmente em português, a não ser que provem que também na língua em que foi escrito existe esta figura gramatical.

         Vamos novamente recorrer a José Reis Chaves, livro já citado, diz ele: “Em Gênesis, a partir do Capítulo 1, versículo 11, a ordem da criação dos seres vivos, começando com os vegetais, os seres biológicos aquáticos, as aves, os animais, termina com a criação do homem. Essa narrativa é chamada de eloísta, que é uma palavra derivada de Eloim, Deus no plural, deuses”. Comprovamos, então, que o “façamos” e “nossa” não tem nada a ver com Trindade como querem colocar.

         E, finalmente, a passagem citada de 1 João 5, 6-7, iremos incluir o versículo 8, para não perdermos o sentido, é necessário, também, incluir duas versões para o mesmo texto. Vejamos:

Vozes: Jesus Cristo é quem veio pela água e pelo sangue. Não somente na água mas na água e no sangue. E é o Espírito que dá testemunho porque o Espírito é a verdade. Três são, pois, os que testemunham: v. 8: o Espírito, a água e o sangue, e estes três estão de acordo.

Anotada: Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas com água e sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é verdade. Pois há três que dão testemunho (no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. V.8 E três são os que testificam na terra): o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.

         Percebe-se claramente que no segundo texto adaptá-lo à conveniência de comprovar biblicamente a Trindade, quando no primeiro não trás essa idéia.

         Por outro lado se citarmos Paulo em 1 Coríntios 2, 11: Pois quem dos homens conhece o que há no homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece senão o Espírito de Deus, notaremos que assim como aceitavam que no homem existia um espírito antropomorficamente acreditavam que Deus também tinha o Seu. Dentro desta linha realmente deveria ser um Espírito Santo, não é mesmo?

 

Como pode três pessoas formarem uma só ?

Esta pergunta é muitas vezes citada para negar Trindade de Deus. Entretanto, a própria natureza nos fornece provas de que isso é perfeitamente possível.

A Água é formada por três elementos, dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Apesar de ser formada por três, ela é uma coisa só.

 As cores primárias (e os pigmentos primários) unidas formam a cor branca. É outro exemplo que um pode ser formado por três partes distintas.

 

         Respondendo à pergunta acima podemos dizer que somente se utilizarmos  de um sofisma é que se pode dizer que três pessoas formam uma só.

         Ora, sustentam que são três pessoas distintas reunidas numa só, entretanto justamente por serem distintas não poderão estar reunidas numa só. Vejam que no exemplo da água se na sua composição os dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio forem distintos não a teríamos, teríamos hidrogênio e oxigênio apenas. Se eles agirem distintamente teremos gases e não água.

         Não seria diferente no que se refere as cores primárias.

         Muitas vezes para entendermos certas coisas é necessário darmos um mergulho no passado em busca das causas ou circunstâncias que deram origem ao que estamos empenhados em analisar.

         Vamos, então, viajar no “tunel do tempo” para ver se colocamos alguma luz neste assunto.

         Sabemos que em várias culturas da antiguidade existiam muitos deuses. Entre elas era bastante comum encontrarmos, também, a trindade. Edgar Armond, em seu livro O Redentor, cita:

Brahma, Siva e Visnhu – dos hindus.

Osiris, Isis e Orus – dos egípcios.

Ea, Istar e Tamus – dos babilônios.

Zeus, Demétrio e Dionísio – dos gregos.

Baal, Astarté e Adonis – dos assírios.

Orzmud, Ariman e Mitra – dos persas.

Voltan, Friga e Dinar – dos celtas.

         Já pelo livro de José Reis Chaves, A face oculta das religiões, poderemos ainda acrescentar a esta lista mais:

Kether, Chekmah e Binah – Cabalá-Judaísmo.

Buda, Darma e Sanga – Budismo do Sul.

Amitha, Avalokiteshvara e Mandjusri – Budismo do Norte.

Tulac, Fan e Mollac – Druidas.

Anu, Ea e Bel – dos caldeus.

Odim, Freva e Thor – mitologia escandinava.

         Considerando que os povos da primeira lista dominaram ou tiveram contato com os judeus, não é difícil de aceitar que eles acabaram por incorporar em sua cultura muitas coisas destes povos. Só a título de exemplo: sob o domínio dos egípcios os hebreus ficaram subjugados por 430 anos (Êxodo 12, 40-41), é perfeitamente compreensível que tivessem assimilado muito da cultura e dos costumes desse povo.

         Na época do cristianismo nascente os primeiros cristãos, judeus ou não, acostumados a conviver com as trindades divinas acabaram por também colocá-la como base de sua própria religião.

         Assim é que não deixaram por menos, elevaram logo Jesus à categoria de um Deus. E, especificamente neste caso, tiveram, via de conseqüência, que acomodá-lo a um nascimento miraculoso e nascido de uma virgem, coisas que eram comum nestas religiões. Talvez, não tivessem outra alternativa para que pudessem aceitá-lo como um mensageiro de Deus.

         Tudo isso podemos aceitar e compreender, entretanto tais conceitos já deveriam ter sido totalmente retirados da base das religiões da atualidade. Lembremos, mais uma vez, de Paulo em sua 1 Carta aos Coríntios (13, 11), quando diz: “Quando eu era criança, falava como criança pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança”.

         E, finalizando, gostaria apenas de acrescentar que o autor do livro A Face Oculta das Religiões ainda é católico, por isso para nós seus argumentos poderão ser mais convincentes justamente por não partir de um espírita. É, também, por isso que passamos a ele a palavra para encerrarmos nosso estudo:

         “Os católicos mais esclarecidos, que gostam de estudar a Bíblia e as outras religiões, também, acabam se tornando espíritas, já que o Kardecismo tem verdades inquestionáveis, pois estuda a Bíblia de um modo racional, e pauta a sua doutrina à luz da ciência. E é emocionalmente equilibrado, pois conhece de fato verdades irretorquíveis, com o respaldo da ciência, do bom senso e da lógica, é tranqüilo e sereno, não precisando de barulho nem de gritar para os outros seus princípios religiosos para os convencer e convencer a si mesmo das verdade da sua crença, pois quem encontra a verdade, de fato, liberta-se dessas picuinhas e fanatismos religiosos que a gente vê por aí. De fato, só quem não tem suas verdades bem estruturadas precisa de ser fanático, numa tentativa de encobrir a lacuna interna que atormenta a sua fé”.

         “Por isso os espíritas não hostilizam a Igreja Católica, nem a deixam totalmente, em sua maioria. Mas não é só com a Igreja Católica que vivem sem atrito, e sim, com qualquer outra religião, também, não dando nenhuma importância para as diferenças religiosas que existem entre eles e os adeptos de outras crenças”.

         “Os espíritas só se preocupam com o estudo do Evangelho de Jesus e com a colocação dele em prática na sua vida cotidiana. Em outras palavras, querem colocar Jesus, de fato, em suas vidas”.

 

 

 PAULO DA SILVA NETO SOBRINHO

 

 

Bibliografia:

- O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec; Tradução J. Herculano Pires. Capiviari – SP, Editora EME, 1996, 3ª reimpressão.

- O Céu e o Inferno, Allan Kardec, Tradução de Salvador Gentile, IDE, Araras – SP, 4ª edição 1993.

- Bíblia Anotada = The Ryrie Study Bible/ Texto bíblico: Versão Almeida, Revista e Atualizada, com introdução, esboço, referências laterais e notas por Charles Caldwell Ryrie; Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto. São Paulo, Mundo Cristão, 1994.

- Bíblia Sagrada - Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1989, 8ª edição.

- A Face Oculta das Religiões, José Reis Chaves, Editora Martin Claret, São Paulo – SP, 2000, 1ª edição (?).

- O Redentor, Edgard Armond, Editora Aliança, São Paulo, 6ª edição, 1982.


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