"CONTESTAR AS OPINIÕES ERRÔNEAS QUE CONTRA NÓS ESPÍRITAS SÃO APRESENTADAS; REBATER AS CALÚNIAS; APONTAR AS MENTIRAS; DESMASCARAR A HIPOCRISIA; TAL DEVE SER O AFÃ DE TODO ESPÍRITA SINCERO, CÔNSCIO DOS DEVERES QUE LHES SÃO CONFIADOS”.
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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 28.03.10 às 02:00link do post | favorito

 

             Eis um livro muito especial. Esquecido, infelizmente! Convido o leitor a buscar seu exemplar na estante de sua biblioteca para folhear a obra. Sugiro iniciar pelo índice para inteirar-se do conteúdo do livro. São duas partes. Na primeira delas, estudos de Kardec sobre empolgantes temas e na segunda parte anotações íntimas, detalhes da vida particular do Codificador, comunicações dos Espíritos diretamente ligados à tarefa da Codificação Espírita e a preciosidade dos textos Projeto 1868, Constituição do Espiritismo e Credo Espírita. Como se sabe, o livro foi publicado em janeiro de 1890, após a desencarnação de Allan Kardec, contento textos, estudos  e anotações encontradas em seu gabinete de trabalho.

            Apesar da riqueza dos estudos contidos na primeira parte da obra, parece-nos que a segunda parte do livro precisa ser novamente consultada e amplamente divulgada entre todos nós, atuais espíritas do Brasil e do mundo, principalmente a partir do texto Fora da Caridade Não Há Salvação. Referido texto dá início a uma seqüência maravilhosa de reflexões, que se distribuem nos capítulos Projeto 1868, Constituição do Espiritismo e Credo Espírita, como já citados acima.

Percepção

            Percebe-se, com clareza, que referidos textos precisam ser copiados, distribuídos, lidos e estudados em conjuntos por todos nós em nossas reuniões públicas ou íntimas de estudos, em nossas instituições, pela preciosidade de suas considerações. Pela nossa imperfeição humana, estamos muitas vezes esquecidos da caridade nos relacionamentos, nos julgamentos, ou nos iludimos com tolas vaidades, colocando a perder esforços de décadas daqueles que ergueram ou fundaram as instituições a que atualmente nos entregamos.

            Por outro lado, as anotações pessoais do Codificador, seus pensamentos íntimos (como o texto Fora da Caridade não há salvação), suas lutas e dificuldades precisam novamente serem colocados à nossa visão para refletirmos no tempo que perdemos com picuinhas e assuntos sem importância, retardando esforços no bem, onde deveríamos concentrar mais nossas atenções...

E mais conteúdo

            A obra ainda contém a Biografia de Kardec, o discurso de Flammarion por ocasião do sepultamento do Codificador e os preciosos estudos intitulados Teoria da Beleza, A música celeste, Música Espírita, O Caminho da Vida e As cinco alternativas da Humanidade, entre outros.

            Quando volto a reler tais preciosidades, fico a pensar por que nos esquecemos deles? Seria leviandade nossa? Seria desprezo ou indiferença? O que nos leva a desprezar tão valiosos escritos e tão importantes reflexões de Kardec?

            São textos tão importantes que deveriam constituir material de reflexão diária.

Apenas um trecho

Para concluir, motivando o leitor à consulta direta de tais tesouros na fonte original, transcrevo parcialmente um trecho do capítulo Liberdade, Igualdade, Fraternidade, não citado acima, propositalmente, para oferecê-lo agora no final:

“(...)Todos vós que sonhais com essa idade de ouro para a Humanidade, trabalhai, antes de tudo, na base do edifício, antes de querer coroar-lhe a cumeeira; dai-lhe por base a fraternidade em sua mais pura acepção; mas, para isso, não basta decretá-la e inscrevê-la sobre uma bandeira; é preciso que ela esteja no coração e não se muda o coração dos homens com decretos. Do mesmo modo que, para fazer um campo frutificar, é preciso arrancar-lhe as pedras e os espinheiros, trabalhai sem descanso para extirpar o vírus do orgulho e do egoísmo, porque aí está a fonte de todo mal, o obstáculo real ao reino do bem; destruí nas leis, nas instituições, nas religiões, na educação, até os últimos vestígios, os tempos de barbárie e de privilégios, e todas as causas que mantêm e desenvolvem esses eternos obstáculos ao verdadeiro progresso, que se recebe, por assim dizer, desde a meninice e que se aspira por todos os poros na atmosfera social; só então os homens compreenderão os deveres e os benefícios da fraternidade; então, também, se estabelecerão por si mesmos, sem abalos e sem perigo, os princípios complementares da igualdade e da liberdade. (...)”

Parece-nos que o pequeno trecho nos faz pensar seriamente em nós mesmos...

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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 27.03.10 às 19:27link do post | favorito

Devemos tudo à Paternidade Divina. Deus, o Criador, dotou-nos de vida e possibilitou-nos intenso e contínuo aprendizado. Para que pudéssemos evoluir, aprender, e portanto, adquirir méritos do esforço colocado a serviço da conquista da felicidade, cercou-nos de inúmeros recursos. Entre eles estão as maravilhas produzidas pela natureza. Desde o espetáculo do nascer do sol - que soa como amável e silencioso convite ao trabalho -, às frutas ou perfume das flores, à condição de seres sociais que se relacionam para o mútuo crescimento e mesmo a uma infinidade de tesouros que nem percebemos. Sempre estão a nossa volta e o espaço desta página seria insuficiente para relacionar. Colocou-nos num planeta rico de possibilidades e perspectivas. Dotou o planeta de água, fauna e flora abundantes; deu-nos os animais, pássaros e outros seres como companheiros de viagem e ainda escalou experimentados irmãos mais velhos que visitam o planeta periodicamente para ensinar o caminho do acerto e da felicidade. Entre eles, o maior de todos, Jesus de Nazaré, mensageiro do Evangelho, porta-voz direto do Pai Criador e que vivenciou em si mesmo o que ensinou. Diante das possibilidades abertas, a humanidade vai caminhando, errando, acertando, aprendendo. Descobrimos nossas próprias leis, estamos pesquisando o que ainda nos intriga e lutamos contra dificuldades e obstáculos que são próprios e naturais de nosso atual estágio evolutivo. Sim, porque somos criaturas em caminhada, imperfeitos, inacabadas. O tempo nos levará à perfeição relativa, quando estaremos promovidos à condição de cooperadores da grandiosa obra de Deus. Essas reflexões todas convidam-nos a pensar com mais seriedade sobre a vida no planeta. Não estamos aqui a passeio. Também não estamos no planeta pela primeira nem última vez. Somos todos irmãos, devemo-nos solidariedade recíproca e cumprimos um justo programa de auto-aperfeiçoamento através de sucessivas existências (que chamamos reencarnação), cuja finalidade é o progresso individual e coletivo. E neste coletivo incluímos toda a sociedade do planeta, em todos os sentidos e níveis que se queira analisar. Aqui podemos esconder sentimentos nas aparências disfarçadas do rosto. Nos intervalos entre as existências mostramo-nos quais somos realmente, sem disfarces, o que determina o local que mais sintonizamos. Mas tudo isso integra um processo de crescimento e aprendizado. No geral, devemos entender que, como filhos de um Pai Bondoso e Justo, que ama profundamente suas criaturas, fica o dever do auto-aprimoramento intelecto-moral, único instrumento real de equilíbrio e felicidade. E consideremos que tudo isto enquadra-se até num dever de gratidão a tudo que recebemos diariamente de Deus, o Pai de todos nós. E pensemos que o auto-aprimoramento intelecto-moral nos levará pelo menos a duas conseqüências inquestionáveis: dominaremos o egoísmo feroz que ainda nos domina (o que determinará o fim da onda de sofrimentos que abate o planeta) e partiremos, porque mais conscientes, aos deveres da solidariedade que, por conseqüência, trarão o equilíbrio que esperamos.

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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 26.03.10 às 02:48link do post | favorito

 

 

         Em várias oportunidades Jesus disse aos seus discípulos que após sua morte ressuscitaria. Preocupa-nos a compreensão correta do que, em seu conceito, era a ressurreição. Vejamos a seguinte passagem:

“E que os mortos ressuscitem, é Moisés quem dá a conhecer através do episódio da Sarça Ardente, quando chama ao Senhor: o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; para ele, então, todos são vivos”. (Lc 20,37-38).

         Vejam bem, se Jesus, em se referindo a pessoas que haviam morrido, diz que para Deus todos “são vivos” é porque nossa individualidade sobrevive após a morte, em outras palavras, poderia estar dizendo da nossa condição de espíritos eternos. Ao que chamamos de morte é apenas o processo, ao qual nosso espírito, em seu regresso ao plano espiritual de onde veio, devolve à natureza os elementos constitutivos do corpo físico, cuja finalidade era viabilizar o  seu desenvolvimento moral e intelectual. Em vista disso, é que devemos entender que a ressurreição de que Jesus falava não era no corpo físico, e sim o ressurgir em espírito. Foi o que aconteceu com ele. Depois de sua morte esteve ainda na terra em seu corpo espiritual, conforme se encontra em Atos: “Após sua paixão, ele lhes mostrou, com muitas provas, que estava vivo, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do Reino de Deus”. (1,3).

         Sabemos, por informação dos próprios espíritos, que eles se manifestam em seu corpo espiritual, denominado perispírito. Nele é evidenciada toda a evolução moral do espírito, assim quanto mais luminoso maior evolução e, via de conseqüência, quanto menos luz produzir mais inferior é o espírito. Deve ser pelo motivo de sua luminosidade que, em algumas situações, Jesus não foi reconhecido pelos seus discípulos, como observamos em Mc 16,12: “Depois disto, ele apareceu sob outra forma, a dois deles que estavam a caminho do campo”. Também ao aparecer a Saulo, na estrada de Damasco (At 9, 3-9), veio em sua plenitude espiritual, fato que impossibilitou aos que presenciavam o fenômeno de vê-lo, só ouviram sua voz. Ao narrar esse acontecimento, Paulo diz (At 22,6-9): “... aí pelo meio-dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim”, o que confirma o que estamos dizendo sobre o perispírito refletir a evolução moral.

A matéria, igualmente, não oferece nenhuma resistência a esse corpo perispiritual. Vejamos a prova disso, pelo fato de Jesus ter entrado em ambiente fechado: “Oito dias depois, os discípulos se achavam de novo na casa, e Tomé com eles. Jesus entrou, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e os cumprimentou: A paz esteja convosco!”. (Jo 20,26).

         Podemos aceitar também que, em algumas circunstâncias, Jesus se materializou diante dos discípulos, nesse caso tornou-se tangível, o que podemos verificar quando diz: “Olhai para minhas mãos e pés: sou eu mesmo! Apalpai-me e vede: um fantasma não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho! Dizendo isto, mostrou-lhes mãos e pés. Mas como hesitavam em acreditar, por causa da muita alegria, e continuavam espantados, Jesus lhes disse: ‘Tendes aqui alguma coisa para comer?’ Deram-lhe um pedaço de peixe grelhado. Ele o tomou e comeu na presença deles”. (Lc 24, 39-43). É bem provável que Jesus, ao se materializar, teve que se comportar como se fosse realmente de carne e osso, tendo em vista que nem os discípulos nem os de sua época tinham conhecimento dos mecanismos das manifestações espirituais para entender o que estava acontecendo.

         Temos que convir que, em certos relatos do Evangelho, existem alguns exageros. Assim, determinados acontecimentos foram colocados buscando valorizar os fatos ou a pessoa quem os produziu. Vejamos, como exemplo, o que consta em Jo 21,25: “Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem escritas uma por uma, creio que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seriam escritos”.

         Dito isso, vamos à 1ª carta aos Coríntios 15, 3-6: “Eu vos transmiti principalmente o que eu mesmo recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; que apareceu a Cefas, depois aos doze. Em seguida apareceu, de uma só vez, a mais de quinhentos irmãos, dos quais a maior parte vive ainda hoje, embora alguns tenham morrido”. Nenhum dos quatro evangelistas fala que Jesus teria aparecido a quinhentas pessoas, assim podemos supor que pode ser apenas um exagero de Paulo.

         Por outro lado, até mesmo a questão de Jesus ter ficado quarenta dias no meio dos discípulos poderíamos entender de outra forma, pois o número 40 possuía, para eles, um significado importante, observem:

- O povo hebreu permaneceu 40 anos no deserto;

- No dilúvio choveu 40 dias e 40 noites;

- Jacó ao morrer ficou 40 dias embalsamado;

- Moisés ficou no Sinai 40 dias e 40 noites, quando recebe os Dez Mandamentos;

- Deus, por castigo, entrega os israelitas aos filisteus por 40 anos (Jz 13,1);

- Em desafio um filisteu se apresenta ao exército hebreu por 40 dias (1Sm 17,16);

- Davi reinou por 40 anos (2Sm 5,4);

- O templo tinha 40 côvados.(1Rs 6,17);

- O reinado de Salomão durou 40 anos (1Rs 11,42);

- Elias, após comer o que um anjo lhe dá, caminha 40 dias e 40 noites (1Rs 19,8);

- Jesus jejuou 40 dias e 40 noites.

         Carlos Torres Pastorino no Livro A Sabedoria do Evangelho, quando fala sobre como devemos fazer a interpretação da Bíblia, coloca:

Os números possuem sentido muito simbólico, assim:

10 – diversos

40 – muitos

07 – grande número

70 – todos, sempre.

         Então, conclui: não devem ser tomados à risca.

Dessas aparições de Jesus podemos realçar duas coisas. A primeira, é que há vida após a morte, caso contrário, ninguém poderia aparecer depois de morto. A segunda, é que os mortos se comunicam com os vivos, por mais que alguns ainda venham a dizer que isso não pode ocorrer, a nós não resta dúvida alguma quanto a isso. Alguns querem sustentar que Jesus tenha se manifestado com o corpo físico, entretanto isso não condiz com o que podemos tirar dos acontecimentos.

Então Jesus não ressuscitou no corpo físico? Reafirmamos: Não, apesar de que isso possa lhe causar um certo choque, mas analisemos.

         Quando se apresenta a Maria de Madalena, diz “não me toques, porque ainda não subi para meu Pai” (Jo 20,17), entretanto, a Tomé Ele disse: “Põe aqui o teu dedo, vê as minhas mãos, aproxima também a tua mão, põe-na no meu lado” (Jo 20,27), nos parecendo contraditório. Fica ainda mais difícil de compreender, quando colocam Jesus dizendo “porque um espírito não tem carne, nem ossos, como vós vedes que eu tenho” (Lc 24,39), e, na seqüência (v.43), ele está comendo peixe com favo de mel. Tudo isso nos parece ter sido um ajuste para sustentar a idéia de que a alma não sobrevive sem o corpo físico.

         No livro de Tobias, encontramos um anjo fazendo coisas comuns ao seres humanos, inclusive comendo, mas ao final ele declara: “Eu sou Rafael, um dos sete anjos... Vocês pensavam que eu comia, mas era só aparência... E o anjo desapareceu...”. (Tb 12, 15-22). No caso de Jesus não poderia ter sido uma situação semelhante ou mesmo completamente materializado, conforme já o dissemos? Esta hipótese justificaria a questão de que poderia ser tocado, pois estaria tangível.

         Mas considerando que, em várias oportunidades, se manifesta e ninguém o reconhece, somente acontecendo após algum gesto dele. Isso não ocorreria se ele tivesse mesmo ressuscitado no corpo físico. Se fosse em espírito poderia muito bem, por sua evolução espiritual, transparecer com tanta luz que não conseguiram de imediato identificá-lo. Teria Ele, quando vivo, dito algo que viesse a negar depois de morto, já que acreditamos que o que pregou foi realmente a ressurreição do Espírito?

         Os evangelistas são unânimes em dizer que o corpo de Jesus foi colocado num túmulo novo. As narrativas de Mateus (27.59-60) e Marcos (15,46) dizem que o túmulo era de José de Arimatéia, enquanto a de Lucas (23,52) não dá a entender isso e João (19,41-42) diz que o túmulo estava localizado no jardim perto do lugar onde Jesus fora crucificado e o colocaram lá apenas porque estava perto, faltam dados para concluir que seria de José de Arimatéia. Prestem a atenção à narrativa, pois foi dito “colocaram” em vez de enterraram, com isso não estaria mesmo para ser um lugar provisório?

         Em Atos (5,6.10), quando se narra a morte de Ananias, e, logo após, a de Safira, sua mulher, a expressão usada foi: “levaram para enterrar”, ou seja, em definitivo. Assim, por falta de maiores comprovações, podemos concluir que o lugar onde colocaram o corpo de Jesus não era o seu túmulo definitivo, o que, provavelmente, foi feito depois, daí a razão do desaparecimento de seu corpo, hipótese mais provável tomando-se como base as narrativas.

         Por outro lado, no domingo de manhã, dois dias depois da morte de Jesus, algumas mulheres compraram perfumes e foram ao sepulcro para embalsamar o corpo (Mc 16,1; Lc 24,1), reforçando a idéia de que estava ali provisoriamente. João (20,1-2) relata que somente Maria Madalena foi ao sepulcro, sem dizer o motivo, que ao encontrá-lo vazio, diz: “levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram”, ou seja, falou exatamente o que seria de se esperar para uma situação provisória.

         Quem vai nos tirar desse impasse? Em Atos (16,7) Paulo e Timóteo tentam entrar na Bitínia, aí diz o texto: “mas o Espírito de Jesus os impediu”. Em 2Cor 3,17, Paulo afirma: “O Senhor é Espírito”. Pedro já nos diz que Jesus: “...sofreu a morte em seu corpo, mas recebeu vida pelo Espírito (1Pe 3,18) e mais adiante nos dá outra informação dizendo que Jesus foi pregar o Evangelho aos mortos (1Pe 4,4-6), o que Jesus só poderia ter feito em Espírito. Assim, tudo se converge para a idéia de que Jesus, após sua morte, ressuscitou em Espírito.

         A conclusão final, portanto, fica-nos que a ressurreição contida na Bíblia é a do Espírito e não do corpo. E sendo a do Espírito teremos também que, forçosamente, admitir a comunicação dos “mortos” com os vivos, conforme o acontecido com o próprio Jesus após sua morte.

Fica aí ainda evidenciada a necessidade de uma exegese mais realista dos fatos acontecidos, já que o que os teólogos nos colocaram não condiz com a realidade.

 

 

 

 

Bibliografia:

Bíblia Sagrada, São Paulo, Edições Paulinas, 1980.

Bíblia Sagrada, São Paulo, Paulus, 1990.

 


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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 25.03.10 às 02:50link do post | favorito

 

Para os que lêem a Bíblia, sem nenhum espírito pré-concebido e, principalmente, sem se apegar aos dogmas teológicos do passado, verá que nela a figura da mulher é sempre de inferioridade em relação ao homem. É óbvio que debitamos isso aos homens, portanto nada de ser a vontade de Deus.

Por ser, naquele tempo, uma sociedade extremamente machista, ou ao menos muito mais que a atual, a mulher está retratada, no Livro Sagrado, sempre como uma personagem inexpressiva. Refletindo, pois, a nosso ver, e até que nos provem o contrário, apenas a fatores culturais de um povo, ou talvez até mesmo de toda uma época, onde o machismo era o fator que preponderava nas relações entre homens e mulheres.

Fizemos uma pesquisa, e, por ela, chegamos à conclusão que a Bíblia é um livro no qual o machismo é colocado de forma bem evidente. Causa-nos estranheza é o comportamento da mulher, pois apesar disso é ela quem mais se apega a esse livro.

Vejamos então os seguintes questionamentos: Quem foi criado em primeiro lugar, o homem ou a mulher? A mulher sendo tirada da costela do homem não induz a pensarmos (ou, quem sabe, é o que querem que pensemos) que a mulher estaria em condições de inferioridade em relação ao homem? A quem normalmente se atribui a "culpa" pelo pecado "original", ao homem ou à mulher? Todas as genealogias constantes da Bíblia são feitas em relação aos homens ou em relação às mulheres? A maioria dos personagens em destaque na Bíblia são homens ou mulheres? Entre os 12 discípulos de Jesus tinha algum que não era homem?

Para confirmar o que estamos dizendo, vejamos, nas passagens bíblicas a seguir, alguns exemplos que nos comprovam o evidente machismo impregnado nela:

Deuteronômio 5, 21: Não cobice a mulher do próximo. (mandamento para os homens).

Deuteronômio 22, 13-15: Se um homem se casa com uma mulher e começa a detestá-la depois de ter tido relações com ela, acusando-a de atos vergonhosos e difamando-a publicamente, dizendo: ‘Casei-me com esta mulher mas, quando me aproximei dela, descobri que não era virgem, o pai e a mãe da jovem pegarão a prova da virgindade dela e levarão a prova aos anciãos da cidade para que julguem o caso.

Deuteronômio 24, 1: Quando um homem se casa com uma mulher e consuma o matrimônio, se depois ele não gostar mais dela, por ter visto nela alguma coisa inconveniente, escreva para ela um documento de divórcio e o entregue a ela, deixando-a sair de casa em liberdade.

Eclesiastes 7, 26: Então descobri que a mulher é mais amarga do que a morte, porque ela é uma armadilha, o seu coração é uma rede e os seus braços são cadeias. Quem agrada a Deus consegue dela escapar, mas o pecador se deixa prender por ela.

Eclesiástico 7, 25: Arrume casamento para sua filha,

Eclesiástico 9, 2: Não se entregue a uma mulher, para que ela não o domine.

Eclesiástico 25, 24: Foi pela mulher que começou o pecado, e é por culpa dela que todos morremos.

Eclesiástico 42, 14: É melhor a maldade do homem do que a bondade da mulher

E para que não fiquemos somente no Antigo Testamento, já que alguém pode alegar que isso é coisa do "Velho", vejamos também no Novo:

1 Coríntios 11, 7-9: O homem não deve cobrir a cabeça, porque ele é a imagem e o reflexo de Deus, a mulher, no entanto, é o reflexo do homem. Porque o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem. Nem o homem foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem.

1 Coríntios 14, 34-35: Que as mulheres fiquem caladas nas assembléias, como se faz em todas as igrejas dos cristãos, pois não lhes é permitido tomar a palavra. Devem ficar submissas, como diz também a lei. Se desejam instruir-se sobre algum ponto, perguntem aos maridos em casa; não é conveniente que a mulher fale nas assembléias.

Colossenses 3, 18: Mulheres, sejam submissas a seus maridos

1 Timóteo 2, 9-14: Quanto às mulheres, que elas tenham roupas decentes e se enfeitem com pudor e modéstia. Não usem tranças, nem objetos de ouro, pérolas ou vestuário suntuoso; pelo contrário, enfeitem-se com boas obras, como convém a mulheres que dizem ser piedosas. Durante a instrução, a mulher deve ficar em silêncio, com toda a submissão. Eu não permito que a mulher ensine ou domine o homem. Portanto, que ela conserve o silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E não foi Adão que foi seduzido, mas a mulher que, seduzida, pecou. Entretanto, ela será salva pela sua maternidade, desde que permaneça com modéstia na fé, no amor e na santidade.

 

Todos nós conhecemos aquela passagem em que os escribas e fariseus apresentando a Jesus uma mulher surpreendida em adultério perguntaram-Lhe se deveriam cumprir a Lei de Moisés que exigia o apedrejamento dela. É bom que ressaltemos que se trata realmente de uma Lei de Moisés, pois se fosse Lei de Deus todos os que se dizem seguidores da Bíblia ou os que acham ser ela de capa a capa a palavra de Deus a cumpririam, não é mesmo? Como não vemos, nos dias de hoje, ninguém matando homens ou mulheres que cometeram adultério, fica evidente não se tratar mesmo de uma Lei Divina. Mas, chamamos a sua atenção ao que consta dessa Lei: estabelecia que tanto o adúltero quanto a adúltera deveriam ser punidos com a morte (Levítico 20, 10). Perguntamos, então, aonde foi parar o adúltero? Temos que convir que uma mulher não tem como adulterar sozinha já que, para isso, é necessário um homem. É a velha questão, numa sociedade machista em que também os homens é que julgavam, será que iriam condenar um homem adúltero? Achamos muito difícil. Assim, a pena cabia apenas às pobres mulheres que cometessem tal delito, contrariando, portanto, o que consta na Bíblia.

E, para que você, caro leitor, possa ter uma visão do que a Doutrina Espírita diz sobre a mulher, colocaremos algumas questões de "O Livro dos Espíritos", cujas respostas foram dadas pelos Espíritos Superiores a Kardec. São elas:

202 – Quando se é Espírito, prefere-se encarnar no corpo de um homem ou de uma mulher?

- Isso pouco importa ao Espírito; ele escolhe segundo as provas que deve suportar.

Os Espíritos se encarnam homens ou mulheres porque eles não têm sexos. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhe oferece provas e deveres especiais, além da oportunidade de adquirir experiência. Aquele que fosse sempre homem não saberia senão o que sabem os homens.

817 – Diante de Deus, o homem e a mulher são iguais e têm os mesmos direitos?

- Deus não deu a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?

818 – De onde se origina a inferioridade moral da mulher em certos países?

- Do império injusto e cruel que o homem tomou sobre ela. É um resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre os homens pouco avançados do ponto de vista moral, a força faz o direito.

819 – Com que objetivo a mulher é fisicamente mais fraca que o homem?

- Para lhe assinalar funções particulares. O homem é para os trabalhos rudes, por ser o mais forte; a mulher para os trabalhos suaves, e ambos para se entreajudarem nas provas de uma vida plena de amargura.

820 – A fraqueza física da mulher não a coloca naturalmente sob a dependência do homem?

- Deus deu a uns a força para proteger o fraco, e não para se servir dele.

Deus conformou a organização de cada ser às funções que deve cumprir. Se deu à mulher uma força física menor, dotou-a, ao mesmo tempo, de maior sensibilidade, relacionada com a delicadeza das funções maternais e a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados.

821 – As funções para as quais a mulher está destinada pela Natureza, têm uma importância tão grande quanto às dos homens?

- Sim, e maiores; é ela que lhe dá as primeiras noções da vida.

822 – Os homens, sendo iguais diante da lei de Deus, devem sê-lo, igualmente, diante da lei dos homens?

- É o primeiro princípio de justiça: Não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem.

- Segundo isso, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher?

- De direitos, sim: de funções não. É preciso que cada um esteja colocado no seu lugar. Que o homem se ocupe do exterior e a mulher do interior, cada um segundo a sua aptidão. A lei humana, para ser eqüitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher, pois todo privilégio concedido a um, ou a outro, é contrário à justiça. A emancipação da mulher segue o progresso da civilização, sua subjugação caminha com a barbárie. Os sexos, aliás, não existem senão pela organização física, visto que os Espíritos podem tomar um e outro, não havendo diferença entre eles sob esse aspecto, e, por conseguinte, devem gozar dos mesmos direitos.

 

A Filosofia Espírita nos deixa bem claro que a condição de se ser mulher não indica que o homem deve subjugá-la, quer física ou moralmente, já que ambos possuem os mesmos direitos, apenas são diferentes as suas funções, que estão intimamente relacionadas à natureza da organização física de cada um.

Mas, é bem interessante que, muito antes de qualquer tipo de movimento pela emancipação da mulher sair a "campo" para lutar pela sua igualdade com o homem, o Espiritismo tratava desta questão de forma clara e objetiva, dizendo sobre a igualdade entre ambos, como fruto das orientações dos Espíritos Superiores. Se a própria sociedade como um todo vem pregando isso, temos um questionamento aos que dizem coisas sobre o Espiritismo que ele não é, qual seja: Será que todos os Espíritos que se manifestam nas Casas Espíritas são mesmo demônios como sempre apregoam determinadas correntes religiosas? Se o são, temos que convir, que devem ter se tornado bonzinhos, pelo menos os "demônios" que se manifestam nos dias de hoje, pois aconselham exatamente o que a própria sociedade vem fazendo e, diga-se de passagem, todos concordamos que isso representa mesmo uma evolução dessa sociedade, ou seja, a igualdade entre todos, até mesmo entre homens e mulheres.

 

 

, pois assim convém a mulheres cristãs.

: a mulher cobre de vergonha e chega a expor ao insulto.

 

e terá realizado uma grande tarefa, mas faça que ela se casa com homem sensato.

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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 24.03.10 às 02:43link do post | favorito

 

Apreensivo, chega o fervoroso crente, junto ao seu líder religioso, e pergunta: Pastor, o que acontecerá agora com meu pai, que acaba de morrer: ele irá para o céu ou para o inferno? Você sabe, era um criminoso de mão cheia, tendo, em sua vida, cometido vários crimes. Gostaria de saber qual é o destino dele, pois, apesar de tudo o que fez, acreditava em Jesus, tinha uma fé inabalável e nem mesmo o dízimo se omitiu de pagar.

O Pastor pensou um pouco, procurando encontrar, em seus conhecimentos bíblicos, uma explicação plausível. Passados alguns minutos, respondeu: Meu caríssimo irmão, na Bíblia existe uma passagem que diz: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras para que ninguém se glorie. (Ef 2, 8-9), portanto, pela palavra de Deus, ele irá para o céu, pois tinha fé e a fé é o que nos basta para salvar-nos.

Amém Pastor! Respondeu o consulente mais tranqüilo e certo que seu pai estaria no céu.

Lembramo-nos, imediatamente, do que disse o profeta Isaías: Quando vossos juízos se exercem sobre a terra, os habitantes do mundo aprendem a justiça. Porém, se se perdoar o ímpio, ele não aprenderá a justiça, na terra da retidão ele se entregará ao mal e não verá a majestade do Senhor. (Is 26, 9-10 – Bíblia Sagrada Ed. Ave Maria). O pensamento de que se deve repreender um criminoso, é tão claro que ficamos querendo saber porquê algumas pessoas não o entendem.

Procuramos esta passagem em outra Bíblia, foi por aí que começamos a entender, o porquê das divergentes interpretações. Vejamo-la na versão da SBTB, cuja tradução é a normalmente adotada pelas correntes protestantes: "Porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do SENHOR". Aqui ter o entendimento igual ao que encontramos na anterior é realmente mais difícil, pois o pensamento está subentendido. Mas, embora varie na forma, o pensamento no fundo é o mesmo.

Se Deus deixasse de "castigar" um criminoso estaria pervertendo o juízo, isso não poderá acontecer: Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga; e faz a cada um segundo o seu caminho. Também, na verdade, Deus não procede impiamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo. (Jó 34, 11-12).

Ainda não conseguimos entender porque as pessoas divergem tanto em relação à nossa salvação. Para uns basta ter fé, para outros é necessário praticar as boas obras, o que deixa muitas pessoas em dúvida, sem saber qual é mesmo a base da nossa salvação.

Um dos autores bíblicos mais utilizado para sustentar a questão da fé, como maneira de se salvar, é Paulo. Sabemos que este apóstolo não foi discípulo de Jesus, inclusive, no início do cristianismo, perseguia os cristãos, até que um dia teve um encontro com o espírito de Jesus na estrada de Damasco. A partir deste episódio, passa a se dedicar de corpo e alma à doutrina daquele que o questionara: Saulo, Saulo porque me persegues? (Atos 9, 4).

Assume a missão de divulgar o Evangelho entre os pagãos, daí o chamarem de Apóstolo dos gentios. Faz diversas viagens para divulgar a Boa Nova. São dele as principais cartas contidas no Novo Testamento, nas quais iremos buscar o seu pensamento a respeito desse assunto.

Depois iremos ver o que outras pessoas pensavam, principalmente Tiago, Pedro, João e, decisivamente, aquele a quem nenhum ensino poderá contradizer: JESUS.

 

Pensamento de Paulo

Devemos confessar que não é nada fácil entender Paulo, pois às vezes parece contraditório, já que em algumas oportunidades leva-nos a crer que a fé é que salva, ao passo que em outras dá-nos a idéia que são as obras, enfim, as coisas ficam realmente muito confusas. Até Pedro reclamava isso de Paulo, veja: É o que, aliás, ele ensina em todas as suas cartas. Nelas existem passagens de difícil compreensão; e existem pessoas ignorantes e inconstantes que lhes deformam o sentido, como aliás o fazem com outras partes das Escrituras, para a sua própria ruína". Pedro está absolutamente correto em seu pensamento, inclusive, o poderemos aplicar tranqüilamente aos dias de hoje, já que vemos pessoas "deformando o sentido das Escrituras. (2 Pedro 3, 26).

De início é bom colocarmos, a seguinte explicação:

"O próprio Paulo não conheceu pessoalmente Jesus. O que ele fez foi a experiência do Cristo ressuscitado. Portanto, ao anunciar o Evangelho aos pagãos, foi preciso adaptá-lo à mentalidade dos ouvintes, respondendo às preocupações que eles tinham, conservado o que era essencial e deixando de lado o que não era importante". Isso é importante ter em mente, já que o apóstolo dos gentios usava linguagem adequada aos ouvintes, o que, em algumas situações, leva à aparente contradição no que fala.

Vejamos alguns trechos de Paulo, que colocaremos na ordem cronológica aceita pelos exegetas:

 

1 Tessalonicenses 1, 2-3: Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai,

Nesta primeira passagem que analisamos, observamos Paulo dar graças a Deus porque todos praticavam "obra da fé", "trabalho do amor", já deixando-nos mais seguros quanto ao seu pensamento a respeito do que irá nos salvar.

 

1 Coríntios 13, 1-13: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

Fica claro que Paulo prega o amor acima de tudo. Explicam: À diferença do amor passional e egoísta, a caridade (agape) é um amor de dileção, que quer o bem do próximo (Bíblia de Jerusalém). Ainda encontramos: Amor. A palavra grega é agape. Agape é mais que afeição mútua; expressa a valorização altruísta no objeto amado (Bíblia Anotada).

Nessa passagem está óbvio que o amor (caridade) é maior que a fé, embora não quer dizer que não necessitamos da fé, pelo contrário é por termos fé que praticamos a caridade.

 

2 Coríntios 5, 10: Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.

O Apóstolo Paulo volta a falar novamente sobre o "a cada um segundo suas obras", reafirmando o seu pensamento.

 

Gálatas 2, 16: Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.

Vejamos o que Paulo diz a respeito de não ser justificado pelas obras. Afinal, de que obras ele fala? Trata-se das obras da Lei, ou seja, Lei de Moisés. Ela, depois do advento de Jesus, não poderá servir como base de salvação para os que se dizem cristãos. Devemos, pelos nossos atos, ser justificados, ou seja, tornaremos justos, pela fé em Cristo. Mas voltamos a dizer, não fé estática, só pela fé operante. Também João percebeu isso: Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. (João 1, 17).

Esta passagem merece ser completada pelo estudo que L. Palhano Jr faz em seu livro "Aos Gálatas – A Carta da Redenção". Diz Palhano:

"Para compreendermos melhor o texto acima, é preciso meditar e entrar no verdadeiro significado das expressões: ‘justificado’, ‘obras da lei’, ‘fé’ e ‘carne’. É o que pretendemos fazer a seguir. O verbo empregado na epístola para justificado é dikaicó, característico de Paulo e tão empregado por ele, que é preciso entendê-lo de modo correto. Na margem da Revised Standard Version of Bible, o termo é traduzido como "tido por justo", isto é, considerado justo ou aprovado aos olhos de Deus; e o ponto a ser decidido era a maneira pela qual o indivíduo alcançaria uma posição aceitável diante de Deus (Guthrie, D. Gálatas, introdução e comentários, São Paulo, Vida Nova, 1984, p. 107)".

"Vamos agora à expressão ‘obras da lei’. Talvez devêssemos fazer aqui um parêntese para um estudo pormenorizado sobre essa expressão, mas não o faremos; acrescentá-lo-emos mais tarde ou em um apêndice. Por ora, vamos apenas destacar, sem mais delongas, o seu significado correto. A expressão grega ex ergon nomou tem sido traduzida para o português como "pelas obras da lei", contudo pela proposta de Tenney (Tenney, M. C. Galatian: the charter of christiam liberty. Michigan, Eerdmans Publishing, 1950, p. 194), uma tradução mais exata seria "por obra legais", isso porque a palavra ‘lei’ foi usada sem o artigo definido, principalmente em certas frases escolhidas que transmitem significações especializadas. A ausência do artigo usualmente significa que a qualidade do conceito escolhido é salientado, em lugar da sua identidade, embora em Gálatas e em outras epístolas, Paulo se refira à "lei mosaica" como a principal concretização do conceito. Em Roberton (Robertons, A. T. A grammar of the greek new Testament in the light of historical research, 3ª edição. New York, George H. Doran Co. 1919, p. 796) podemos ler claramente que, "em geral, quando nomos é indefinido em Paulo, refere-se à lei mosaica", por conseqüente, ‘lei’, nessas instâncias, é um termo que se refere ao sistema de pensamento ou ao código de ação envolvido, em lugar de qualquer documento particular. É evidente então que Paulo estava se referindo não a que o indivíduo ‘não seria justificado por suas obras, mas sim, não seria justificado pelas obras da legalidade religiosa’, isto é, pelo cumprimento das formalidades preconizadas por códigos religiosos como ‘rituais’, ‘festas’, ‘cerimoniais’, ‘dogmas’, ou quaisquer exigências tais como ‘dízimos’, guardar os ‘sábados’, coisas deste tipo, mais que seria justificado ‘pela fé em Jesus Cristo’".

"Para um conceito mais científico de fé, podemos dizer que ela é a capacidade de sintonizar-se com Deus (Jesus Cristo, no caso, o representa) e, para isso, é preciso reconhecer a sua paternidade divina, amando-o sobre todas as coisas (Mt 22, 37) e realizar a sua vontade, amando o próximo como a si mesmo (Mt 22, 39). Como ensinou Jesus, aí estão toda a lei e os profetas. É óbvio que essa fé tem que vir acompanhada de obras que a testifiquem; ter fé só por ter de nada adianta. Dizer que crê em Cristo não salva ninguém, mesmo batendo no peito, porquanto":

"... a quem pensar que a fé por si só é suficiente, sou levado a dizer: Acreditais na existência de Deus? No inferno, os demônios também acreditam e, no entanto, estremecem. Porventura ainda não vê, ó homem sem percepção, que a fé sem obras é inútil e morta? (Tg 2, 19 e 20)".

(...).

"Quanto à expressão ‘carne’ (grego sarx), ela quer dizer "ninguém, nenhuma pessoa viva", será justificado "pelas obras da lei". Trata-se de uma sinédoque, uma figura de linguagem comum da vida diária, como ‘cérebros’ em lugar de eruditos, ‘cabeças’ em lugar de gado e ‘vapor’ em lugar de navio. Temos assim as chaves da interpretação do versículo 2, 16. Ele é muito importante para o entendimento da proposta de Paulo, não entendida ou distorcida pelos ditos ‘doutos das igrejas’. Vamos concluir o estudo desse versículo, traduzindo-o para uma linguagem mais atual, que nos mostra como ele deve ser entendido":

"Sabemos que o homem não é considerado justo nem aprovado por Deus pelo seu desempenho nas formalidades prescritas na lei, mas pela fé operante em Jesus Cristo. Nós próprios somos reconhecidos justos pela nossa fé e não pela obediência ao estipulado como lei, por reconhecermos que ninguém pode salvar-se apenas por praticar liturgias (obras da lei)".

 

Gálatas 5, 4-6: Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído, Porque nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça. Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.

A expressão "a fé que opera pelo amor", dá-nos a verdadeira idéia de Paulo a respeito do amor. Conforme dissemos anteriormente, é o amor que faz a fé ser operante, não é, portanto, uma fé no sentido de somente se crer.

 

Gálatas 5, 14: Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Não foi isso exatamente que Jesus disse, acrescentado que toda a Lei e os profetas se achavam contidos nesse mandamento.

 

Gálatas 6, 2:

Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.

 

 

(grifos do original).

 

 

 

 

 

 

Levar a carga uns dos outros não é a ação na caridade por amor ao próximo? Não é assim, que conforme Paulo, estaremos cumprindo a lei do Cristo? Não são, portanto, das obras que fala? Com isso, fica difícil querer argumentar que é a fé que salva, não é mesmo?

 

Gálatas 6, 7-9: Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.

É o que chamamos de Lei de Ação e Reação, vulgarmente denominada Carma. Não há como se iludir, tudo o que fizermos voltará contra nós ou a nosso favor. Se semearmos ódio, colheremos exatamente o ódio, se ao contrário, plantarmos amor; ceifaremos amor. Por isso, Paulo adverte para não nos cansarmos de fazer o bem, pois na colheita é isso que iremos colher.

 

Romanos 2, 5-8: Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; o qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;

Nessa passagem não existe dúvida alguma no que diz Paulo sobre o juízo de Deus, que: "recompensará cada um segundo as suas obras". Aqui não contradiz o que Jesus colocou, conforme iremos verificar posteriormente.

 

Romanos 2, 9-11: Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego; glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.

A recompensa é tribulação e angústia para quem faz o mal; glória, honra e paz para quem pratica o bem. Ora, isso só pode ocorrer pela ação do homem, ou seja, por suas próprias obras, o que podemos confirmar pela passagem imediatamente anterior. E para os que dizem serem os únicos salvos, ou os que se julgam a "religião eleita", podemos acrescentar: "Deus não faz acepção de pessoas". Assim, perguntamos de onde tiraram essa idéia absurda de que Deus estabelece qualquer tipo de privilégio?

 

Romanos 2, 13: Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.

Novamente estamos diante de um pensamento que não deixa margem a qualquer tipo de dúvida. Os que praticam a lei é que hão de ser justificados, não os que somente a ouvem. A prática é mais importante que a fé. Como se pratica a lei? Fazendo o bem ao próximo.

 

Romanos 3, 21-28: Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.

Paulo combatia veementemente os judeus judaizantes, que queriam de qualquer forma fazer com que os novos convertidos ao Evangelho, que ele chama de fé em Jesus Cristo, praticassem as exigências da Lei, ou seja, obras da Lei. A circuncisão, por exemplo, foi motivo de grandes controvérsias no cristianismo primitivo. Alguns queriam que os neófitos fossem circuncidados, conforme determina a Lei de Moisés, entretanto, outros como Paulo, achavam que não havia a mínima necessidade, já que a "graça" de Deus por meio de Jesus era superior às leis mosaicas. Assim, ao dizer que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei, está querendo dizer que o homem se torna justo ao aderir ao Evangelho de Jesus, não sendo mais necessário cumprir as "obras da Lei", ou seja, a legislação mosaica. Deixando bem claro, que não está pregando a fé inoperante como supõem alguns, mas a fé demonstrada pelas ações a favor do próximo. Visto dessa forma não contraria nada do que disse e que já analisamos em itens anteriores.

 

Romanos 8, 28-30: E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

Encontramos a seguinte explicação: "O projeto eterno de Deus é predestinar, chamar, tornar justo e glorificar a cada um e a todos os homens, fazendo com que todos se tornem imagem do seu Filho e reúnam como a grande família de Deus. O projeto não exclui ninguém. Mas o homem é livre: pode aceitar ou recusar tal projeto, pode escolher a vida ou a morte, salvar-se ou condenar-se" (Bíblia Sagrada, Ed. Pastoral, em nota de rodapé).

Veja bem, a questão da predestinação para sermos à imagem de Jesus. O que poderíamos dizer em outras palavras: Pela vontade de Deus todos nós estaremos um dia na mesma evolução que Jesus. Seremos justificados em Jesus, quando aplicarmos, no dia-a-dia, os seus ensinamentos sintetizados no amor incondicional.

 

Romanos 10, 4- Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê. Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas. Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.) ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.) Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo.

Se perdermos de vista o que Paulo disse anteriormente, poderemos concluir que agora ele prega a fé. Mas, ainda aqui, ele trata da questão de Deus não fazer acepção das pessoas, que todo aquele que invocar o nome de Jesus será salvo. Quem crê realmente em Jesus deve praticar o que ele ensinou, caso contrário a crença é completamente inútil. Talvez pelo público alvo, Paulo não quis dizer mais a fim de completar o que realmente pensa. Para eles o fato extraordinário de Jesus ter ressuscitado dos mortos, era mais uma certeza que Deus não estava abandonando o seu povo. Jesus iria continuar orientando, como ainda faz, a todas as criaturas para que, na prática do Evangelho, todos possam se salvar. Iremos ver posteriormente a salvação segundo Jesus, para não termos mais dúvidas sobre o que nos salva.

 

Romanos 13, 8-11: A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor. E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.

Veja que agora Paulo está completamente de acordo com os ensinamentos de Jesus. E observe a afirmativa de que o cumprimento da lei é o amor. Amor a todos e de tal forma que não conseguiremos ficar inertes ao vermos um irmão necessitado, imediatamente entraremos em ação e o ajudaremos naquilo que precisa. E se Paulo pregasse que somente a fé é que salva, não teria dito: a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. Aceitar a fé é pouco, necessário praticar, pois só assim demonstraremos que amamos o próximo como a nós mesmos.

 

Efésios 1, 3-4:

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tornar santo e irrepreensível diante de Cristo em amor é, segundo a máxima que nos deixou, que devemos "amar ao próximo como a nós mesmos". Ora, quem ama ao próximo lhe presta auxílio todas as vezes que for necessário. Esse ato de caridade é realizado porque se tem muito amor.

 

Efésios 2, 8-9: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.

Chegamos na passagem citada no início, colocada em nossa história. É comum vermos essa citação somente até o versículo nove, sem que coloquem o complemento (v. 10) que é importante para o entendimento da passagem: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé", ou seja, o amor de Deus faz com que sejamos salvos. Na visão Espírita isso é mais claro, pois o amor de Deus nos arrasta a Ele, vamos assim dizer, de tal sorte que a nossa única escolha é se iremos devagar ou se iremos depressa. "Salvos por meio da fé", é fazermos o que determina Jesus em seu Evangelho de Jesus, principalmente o "amar ao próximo como a nós mesmos". Isso é um dom de Deus, porque por sua exclusiva vontade Ele quer que sigamos os exemplos de Jesus, que nos enviou para servir de modelo e guia.

Se somos criados em Jesus Cristo é porque é o desejo de Deus que andemos nas boas obras, já que nos predestinou exatamente para isso. Não foram as boas obras que praticou o tempo todo que esteve aqui na Terra encarnado?

 

Colossenses 3, 12-14: Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.

Paulo entendeu muito bem, o ensinamento de Jesus, deixando-o mais claro ainda, aquele em que diz: "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus". (Mateus 5, 48). Amor operante. Nada de só crer e achar que com isso está tudo bem.

 

Colossenses 3, 15-17: E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.

Colocamos essa passagem para completar o pensamento de Paulo na anterior.

A expressão "para a qual também fostes chamados em um corpo", estaria implícita a preexistência do espírito? Particularmente pensamos que sim, pois se fomos chamados em um corpo é porque vivemos sem ele. Seria o mesmo que dizer que fomos chamados a viver num corpo.

Deseja Paulo que a palavra de Cristo habite em nós abundantemente, em toda a sabedoria, ou seja, que possamos entender tudo o que ele nos ensinou mostrando isso na prática do dia-a-dia. A plenitude do amor em nós seria a completa aplicação dos ensinamentos de Jesus, seria então o "vínculo da perfeição".

 

1 Timóteo 2, 1-4: Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.

Paulo exorta a Timóteo a praticar boas obras a favor de todos: amor altruísta! Perguntamos: Se Deus quer que todos os homens se salvem, quem poderá ser contra a vontade de Deus?

 

Pensamento de Tiago (irmão do Senhor)

 

Foi Tiago que dirigiu a Igreja de Jerusalém. Sua decisão prevaleceu na primeira divergência entre os cristãos, no chamado Concílio de Jerusalém, ano 49 d.C, sobre a questão da circuncisão. Exercia uma forte liderança, muito maior que a de Pedro tido como o primeiro Papa. As correntes religiosas se divergem quanto ao grau de parentesco de Tiago com Jesus. Os católicos colocam-no como primo, já que o termo irmão, segundo eles, servia para designar também primo. Os protestantes já o têm como meio irmão de Jesus. Entretanto ao usarem desse mesmo termo para designar alguns dos discípulos que eram irmãos, não dizem que eram primos.

Mateus (13, 44-56), narra: Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto? Não temos dúvida que eram mesmo irmãos de Jesus, até mesmo porque a cultura da época exigia da mulher muitos filhos, caso contrário não era uma boa esposa. Se isso estiver correto, é mais uma forte razão, para vermos que o pensamento de Tiago condiz com o de Jesus.

 

Tiago 1, 22-27: E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.

Prática das obras ou fé? Não deixa margem para alguma dúvida: "cumpridores da palavra". Essa colocação de Tiago é muito interessante: "A religião pura e imaculada para com Deus é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo", ou seja, prática do amor ao próximo pela realização dos atos de caridade.

 

Tiago 2, 8: Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.

Este pensamento é igual ao de Paulo, e corresponde ao que Jesus ensinou. Onde está dito alguma coisa sobre fé?

 

Tiago 2, 14-17: Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.

Ao terminar dizendo que mostrarei a minha fé pelas minhas obras, Tiago traz o conceito que falamos anteriormente, quando falávamos do pensamento de Paulo de ser uma fé operante. Quem tem fé deve mostrá-la com as obras que realiza. Que adianta ter fé se o irmão ao seu lado passa fome? É o questionamento incontestável de Tiago para os que dizem que apenas a fé é que salva.

 

Tiago 2, 21-23: Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.

Para provar que são as obras é a base para a justificação, Tiago nos dá o exemplo de Abraão. Mostra que a fé é aperfeiçoada pelas obras.

 

Tiago 2, 26: Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.

Não há o que contestar a clareza desse pensamento. É tão claro e objetivo, que não entendemos porque as pessoas ainda têm a coragem de dizer que é a fé que salva.

 

Pensamento de Pedro

 

Como discípulo de Jesus, inclusive, aceito por alguns como sendo o primeiro Papa, devia conhecer mais profundamente os ensinamentos do Mestre.

 

1 Pedro 1, 17: E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação.

Encontramos novamente a expressão que o julgamento será "segundo a obra de cada um", reafirmando o pensamento de todos no cristianismo primitivo. Os homens, infelizmente, deturparam os ensinamentos de Jesus, para sua própria perdição. Também confirma que Deus não faz acepção de pessoas, ou seja, não há privilégios junto a justiça divina.

 

1 Pedro 3, 8-12: E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção. Porque Quem quer amar a vida, E ver os dias bons, Refreie a sua língua do mal, E os seus lábios não falem engano. Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.

Recomendações que já ouvimos, só que com outras palavras, de Paulo e Tiago. Tudo isso também condiz com os ensinamentos de Jesus.

 

1 Pedro 4, 7-11: Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados. Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmurações, cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.

Agora fica mais clara a questão do amor corresponder ao sentimento de caridade para com o próximo. Fechando: "A caridade cobre uma multidão de pecados", é por isso que o lema do Espiritismo é: "Fora da caridade não há salvação".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 Pedro 1, 2-10: Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.

Acompanhando o raciocínio de Pedro veremos que ele coloca a caridade entre as coisas importantes que devemos acrescentar à nossa fé. Dizendo, ao final, que quem não possui essas coisas é cego, ou seja, não entendeu nada do ensinamento de Cristo, são, portanto: "ociosos e estéreis no conhecimento de Cristo". Fechando magistralmente seu pensamento.

 

Pensamento de João

 

João o discípulo que Jesus mais amava, conhecia, portanto seus ensinamentos.

 

1 João 3, 17-18: Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.

Nem precisamos dizer mais nada, tão óbvio que fica a questão do amor expresso em obras.

 

Pensamento de Jesus

 

Devemos ter sempre em mente que o discípulo não pode ser superior ao mestre, conforme nos alerta Jesus: Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. (João 13, 16).

 

Mateus 7, 21-29: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda. E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas.

Muitos religiosos ainda dizem que as pessoas estão salvas por pertencerem a determinada Igreja ou por ter fé, ou por crer em Jesus como salvador, etc., entretanto, parecem que fazem vistas grossas à essa passagem da Bíblia. Quem não praticar os ensinos de Jesus, não receberá recompensa alguma.

 

Mateus 16, 27: Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.

Como já prevíamos anteriormente a salvação para Jesus está nas obras, já que cada um será julgado pelas suas obras. E ainda existem pessoas querendo contradizer Jesus, dizendo que é a fé que salva, embora muitos deles, na prática diária, fazem do dízimo o instrumento da salvação.

 

Mateus 19, 16-23: E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.

Nessa passagem fica nítida a questão da prática da caridade. O jovem rico tinha fé e cumpria todas as outras determinações religiosas, entretanto não se preocupava com os necessitados. Daí Jesus recomendar-lhe vender tudo e doar aos pobres para ter um tesouro no céu. Apegado demais aos bens terrenos o jovem foi-se embora triste.

 

Mateus 25, 31-46: E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.

Essa passagem que simboliza o dia do juízo, dia que devemos prestar contas a Deus de tudo o que fizemos. Quem foi para a direita de Deus (bom lugar) foram os de fé ou os que fizeram obras? As obras exemplificadas são: dar de comer aos famintos, vestir os nus, dar água a quem tem sede, hospedar os viajantes, visitar os doentes e os prisioneiros, tudo isso são atos de amor ao próximo.

No simbolismo, a separação dos bons dos maus é pela fé de cada um? Pela religião? Ou pelas obras praticadas a favor do próximo? Repetimos: "FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO".

 

Lucas 10, 25-37: E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; e, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; e, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.

Essa parábola do Bom Samaritano é por demais conhecida de todos. Somente por ela já poderíamos saber o que nos salva. O sacerdote representa todos os líderes religiosos preocupados consigo mesmo sem nenhum sentimento de amor ao próximo. No levita poderemos identificar todas as pessoas ligadas a uma determinada religião, que apesar de possuírem alguém que os ensine o que fazer, não fazem absolutamente nada a favor do próximo. São ambos, sacerdote e levita, egoístas como muitos crentes nos dias de hoje.

O samaritano era considerado herege, pelos religiosos que passaram a passos largos diante do homem caído à beira da estrada, entretanto é o exemplo dele que Jesus recomenda seguir. Foi justamente este bondoso samaritano que, com obras, provou que tinha mais fé que os outros dois. Ele deveria ser um ponto de referência para determinadas pessoas que vivem a criticar a crença dos outros. Fiquem certos, de uma vez por todas, que para Deus somente será justificado quem praticar a lei de amor, lembre-se "A Deus ninguém engana".

 

Conclusão

 

 

Muitas pessoas insistem em pegar frases soltas da Bíblia para tentarem justificar seus pensamentos. Ora, não há como afastar a frase do seu contexto imediato, e de todo o conjunto da Bíblia.

Aos que querem isolar passagens, em Deuteronômio 28, 30, temos uma para exemplo:

Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não aproveitarás o seu fruto.

Veja que ela fora do contexto é uma coisa absurda que Deus se propõe a fazer. Entretanto, dentro do contexto é apenas uma ameaça que Deus está fazendo, vejamos no versículo 15 o início da narrativa:

Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão:

O que vemos então? É pura e simplesmente "Deus" dizendo ao povo hebreu que se não guardasse os seus mandamentos Ele iria aplicar várias maldições, entre elas a do versículo 30 que escolhemos para exemplo.

Essa narrativa, diga-se de passagem, está confirmando que não existe inferno, pois se ele fosse real como querem alguns, "Deus" teria dito: "se não cumprirem meus mandamentos irão para o fogo do inferno". Até mesmo porque:

Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca. (Mateus 18, 14). Se é vontade de Deus que ninguém se perca, ninguém se perderá e pronto.

 

 

 

 

 

 

 

E, finalizando, colocaremos essa frase de Jesus: Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.

(João 14, 10-12).

Veja bem, as obras que Jesus faz não vem dele, mas do Pai, e ele afirma que podemos fazer essas mesmas obras e até maiores, nos dá a certeza que as obras que fazemos serão para cumprir a vontade de Deus. Mas quais são as obras de Jesus? No tempo que passou junto de nós, curou enfermos, deu vista a cegos, curou paralíticos, libertou pessoas de espíritos maus, enfim somente obras de amor, o amor operante de que já falamos por várias vezes.

 

 

Bibliografia:

Bíblia em Bytes - Shammah

 

 

- O texto usado na versão Shammah possui autorização e é de "Almeida, Corrigida e Fiel - ACF", de propriedade da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil – SBTB; Aos Gálatas – a carta da redenção, L. Palhano Jr., Publicações Lachâtre, Niterói, RJ, 1ª edição, 1999; Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria, São Paulo, SP, 68ª edição, 1989 e Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, Paulus, São Paulo, SP, 43ª edição, 2001.

 

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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 23.03.10 às 02:42link do post | favorito

Sem a menor dúvida, o ritual e o formalismo não resistem à menor análise da razão, e facilmente se conclui que foram introduzidos nos vários cultos com segundas intenções (Schutel).

Tão surpreendente quanto a naturalidade das pessoas em emitirem juízo sobre algo que pouco sabem, é seu desinteresse em melhor informarem-se (LOEFFLER).

Introdução

Sempre nos causa espécie, ver passagens bíblicas mencionando o ritual do batismo, em particular a que relata o batismo de Jesus, uma vez que esse rito não fazia parte das práticas religiosas dos hebreus. Assim, não sabemos por qual motivo que, de uma hora para outra, aparece, na Bíblia, alguém realizando o batismo, porquanto a circuncisão é que era o ritual praticado naquela época (Lv 12,3). Para nós só existe uma explicação possível para isso. Embora saibamos que ela não irá agradar aos fundamentalistas, mas, como buscamos a verdade, não nos resta senão a alternativa de deduzir que tal episódio seja uma interpolação.

Mais ainda ficamos convictos dessa possibilidade, quando os próprios textos bíblicos nos levam justamente a essa hipótese. É o que veremos no desenrolar desse estudo.

Origem

Cairbar Schutel, em O Batismo, assim relata:

Esta prática, que assinala períodos milenários, parece ter nascido na Grécia Antiga, logo após a constituição de uma seita que cultuava a Deusa da Torpeza, a quem denominavam Cotito e a quem os atenienses rendiam os seus louvores. Esta seita, constituída de sacerdotes que tinham recebido o nome de baptas, porque se banhavam e purificavam com perfumes antes da celebração das cerimônias, deixou saliente nas páginas da História esse ato como símbolo da purificação do Espírito. (SCHUTEL, 1986, p. 15).

Corroborando essa versão, Celso Martins, em Nas Fronteiras da Ciência, afirma:

[...] Batizando as criaturas nas águas do Rio Jordão como símbolo da renovação espiritual de cada seguidor seu, João estava apenas lançando mão de um rito que remontava à Grécia antiga, pois o batismo é uma prática pagã que nos veio dos sacerdotes da deusa Cotito. Eles se banhavam antes de dedicar suas oferendas à referida deusa da mitologia dos gregos. Como tais sacerdotes se chamavam baptas, daí surgiu a etimologia da palavra batismo, banho em água, no ritualismo de muitas seitas cristãs e também orientais. (MARTINS, 2001, p. 30) (grifo do original).

Em Jesus e sua Doutrina, A. Leterre, por sua vez, nos diz ser outra a origem:

Os antigos persas apresentavam o recém-nascido ao padre, perante o Sol, simbolizado pelo fogo. O padre pegava a criança e a colocava em uma bacia com água, a fim de lhe purificar a alma. Nessa ocasião o pai dava nome ao filho. [...]

A cerimônia do batismo, no verdadeiro sentido de banho expiatório, já havia, também, na Índia, milhares de anos antes de existir a Europa, tendo daí passado para o Egito. Na Índia eram as águas do Gange, consideradas sagradas, como ainda hoje, que possuíam esta propriedade purificadora, apesar de ser o foco da cólera-morbo; do Gange passou-se para o Indus, igualmente sagrado, de onde se propagou ao Nilo, do mesmo modo sagrado, para, finalmente, terminar no Jordão, onde João as empregava com o mesmo fim e como simples formalidade do seu rito. (LETERRE, 2004, pp. 172-173). (grifo do original).

Seja lá qual for a sua origem, o que fica claro é que ela está indubitavelmente ligada às práticas de povos ditos pagãos.

Considerações sobre os relatos bíblicos

A primeira vez em que aparece, na Bíblia, a realização do ritual do batismo, é no Novo Testamento, quando João, o batista, às margens do rio Jordão, batizava, para o perdão dos pecados, àqueles que confessavam publicamente os seus (Mt 3,6). Jesus vai ao seu encontro para ser batizado, mas João reconhecendo que Jesus é maior que ele Lhe diz: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt 3,14); entretanto, por insistência do Mestre, batiza–O. Imediatamente após o batismo, uma voz, vinda do céu, afirma: “Este é o meu filho amado, que muito me agrada” (Mt 3,17).

É-nos estranha essa atitude de Jesus, porquanto João Batista somente batizava os que vinham a seu encontro para confessar os seus pecados (Mt 3,5-6), o que, segundo Marcos, significava que fazia o batismo de conversão para o perdão dos pecados (Mc 1,4-5). Jesus, então, tinha pecados? Estaria ele se convertendo naquele momento? Fica difícil aceitar isso...

Observamos que João Batista identificou Jesus como o Messias, fato confirmado pelo plano espiritual (a voz que vinha do céu); diante disso, concluímos que não haveria a mínima possibilidade de dúvida por parte da “voz que clama no deserto”. Entretanto, isso não é um fato, pois, logo após ser preso, João Batista manda alguns de seus discípulos perguntarem a Jesus: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?" (Mt 11,2-3). Falta coerência nisso, já que, conforme relatado, João sabia perfeitamente quem era Jesus, e se, porventura, houvesse alguma dúvida de sua parte, ela teria sido completamente sanada pela manifestação espiritual ocorrida após o batismo, que apresenta Jesus como o Messias. Assim, a dúvida é de nossa parte para saber qual das duas situações realmente ocorreu, já que uma é contraditória à outra.

Então, não é de todo improvável que a passagem que relata o batismo de Jesus é que não espelhe a realidade, mas que pode ter sido criada para validar e justificar o ritual do batismo realizado pelas igrejas ditas cristãs que, na verdade, praticam mesmo é o batismo de João, isto nos é claro. Tal prática ritualística vem contrariar o que o próprio João, o batista, afirmou: “Eu batizo vocês com água para a conversão. Mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. E eu não sou digno nem de tirar-lhe as sandálias. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3,11); o que é uma evidente demonstração de que o batismo que ele praticava não era um ritual a ser seguido. Colocava, isto sim, o batismo do “Espírito Santo e com fogo” como aquele a que todos deveriam ser submetidos, argumento esse que, também, pode ser confirmado em At 1,4-5: “Estando com os apóstolos numa refeição, Jesus deu-lhes esta ordem: ‘Não se afastem de Jerusalém. Esperem que se realize a promessa do Pai, da qual vocês ouviram falar: 'João batizou com água; vocês, porém, dentro de poucos dias, serão batizados com o Espírito Santo'". Por isso, concluímos que o relato do batismo de Jesus é bem provável que seja mesmo uma interpolação.

Interessante é que os fariseus e os saduceus também queriam ser batizados (Mt 3,7); entretanto, foram prontamente rechaçados, já que João não via neles nenhuma postura de arrependimento. Essa atitude dele nos induz a acreditar que não era mesmo sua intenção colocar o batismo como um ritual, pois, se assim o fosse, teria batizado aquela “raça de víboras”. João Batista deixou claro o motivo mais importante pelo qual estava batizando ao dizer: "... para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água" e "... o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo" (Jo 1,31-33). Ou seja, foi apenas para ele identificar o Messias. Mas, uma vez cumprido esse seu propósito, deixa de ser necessário o batismo de água, passando a vigorar, daquela hora em diante, o batismo verdadeiro, o de Jesus. Este, sim, é o verdadeiro batismo cristão: com Espírito Santo e com fogo.

Ademais, observemos que, embora Mateus, Marcos e Lucas afirmassem que Jesus tenha sido batizado, João, o evangelista, um dos discípulos bem próximo a Jesus, nada diz sobre isso. É estranho este fato, para algo que dizem ser muito importante. E se o batismo fosse tão importante como alguns afirmam, então por que Jesus não atendeu a João, o batista, que Lhe disse “eu é que devo ser batizado por ti” (Mt 3,14)? Sem contar que os apóstolos não foram batizados em água, mas foram no Espírito Santo (At 1,4-5; 2,4). Exatamente por isso é que podemos reafirmar que o batismo em água não possui sustentação bíblica para a sua aplicação, pois estaria contrariando a determinação de Jesus citada em At 1,4-5, cujo teor veremos mais adiante, e o que foi revelado a João Batista.

Vejamos que Paulo, o apóstolo dos gentios, percebe claramente essa diferença:

“... Paulo... chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? Responderam-lhe eles: Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo. Tornou-lhes ele: Em que fostes batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo respondeu: João administrou o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que após ele havia de vir, isto é, em Jesus. Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam” (At 19,1-6).

Com isso fica claro que o batismo de João, ou seja, o de água, não tinha valor; caso contrário, Paulo teria deixado as coisas como estavam e não teria ministrado o batismo em nome do Senhor Jesus. E quanto ao fato de se batizar “em nome de Jesus” e não “em nome da Trindade” queremos, neste momento, apenas chamar a sua atenção, pois iremos falar sobre isso um pouco mais à frente.

Em outra oportunidade Paulo disse enfático: “De fato, Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o Evangelho...” (1Cor 1,17), do que podemos ver claramente que, na sua convicção, o batismo não era importante para salvação de ninguém.

Paulo vai ainda mais longe: era contrário ao ritual que praticavam naquela época, no caso, a circuncisão. Senão vejamos: “De resto, cada um continue vivendo na condição em que o Senhor o colocou, tal como vivia quando foi chamado. É o que ordeno em todas as igrejas. Alguém foi chamado à fé quando já era circuncidado? Não procure disfarçar a sua circuncisão. Alguém não era circuncidado quando foi chamado à fé? Não se faça circuncidar” (1Cor 7,17-18). Evidentemente, não deixou de questionar tal prática: “Qual é a utilidade da circuncisão” (Rm 3,1)? Ele, Paulo, responde demonstrando que isso não faz a menor diferença: ”Não tem nenhuma importância estar ou não estar circuncidado. O que importa é observar os mandamentos de Deus” (1Cor 7,19). Justificando-se: “Então, será que Deus é Deus somente dos judeus? Não será também Deus dos pagãos? Sim, ele é Deus também dos pagãos. De fato, há um só Deus que justifica, pela fé, tanto os circuncidados como os não circuncidados” (Rm 3,29-30).

Usando dos mesmos argumentos de Paulo, em relação ao batismo de água, diríamos: não tem nenhuma importância estar ou não estar batizado, já que o que importa é observar os mandamentos de Deus.

Os dois períodos para o evento

Para análise e melhor entendimento desse assunto, podemos dividir em dois os períodos: o primeiro é relacionado aos acontecimentos durante a vida de Jesus, enquanto que o segundo se refere aos depois de sua morte. Isso é importante para separar o joio do trigo; mas, para tanto, devemos primeiramente questionar: Jesus batizou alguém? Orientou a seus discípulos a fazê-lo? Teriam sido eles batizados? Se Jesus falou de algum batismo, qual?

Então, vejamos o que podemos encontrar no primeiro período.

Quanto a saber se Jesus batizou alguém, só em João é que vamos encontrar algo a esse respeito. Em determinado momento o evangelista diz que sim, ou seja, que Jesus batizava; porém depois desmentiu e disse que não; mas quem batizava eram seus discípulos (Jo 4,1-2). Em relação a seus discípulos é fato curioso, pois nenhum dos outros evangelistas afirmou isso; somente João é que conta essa história. É estranho, pois não vemos, em momento algum, Jesus orientando a seus discípulos para que realizassem tal prática, o que podemos comprovar com o seguinte passo: “Então Jesus chamou seus discípulos e deu-lhes poder para expulsar os espíritos maus, e para curar qualquer tipo de doença e enfermidade... Jesus enviou os Doze com estas recomendações: ... ‘Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês receberam de graça, dêem também de graça!...’” (Mt 10,1-8, ver tb Mc 3,14-15 e Lc 9,1-2).

De outra feita, Jesus faz recomendações a setenta e dois discípulos (Lc 10,1) não estando também entre elas o batismo. Assim, observamos que Jesus, quando vivo, passou vários conselhos aos discípulos, mas não há nenhum relacionado a batismo. Será que depois de morto teria mudado de idéia, uma vez que tal recomendação só aparece após este fato? É o que veremos agora.

Depois de sua morte o que aconteceu? Encontramos no evangelho apenas duas passagens em que supostamente Jesus teria orientado o batismo. Falamos supostamente, pois demonstraremos que uma delas é interpolação grosseira e a outra um acréscimo ao texto primitivo.

Analisemos a primeira passagem em que aparecem as orientações de Jesus, ressurreto, aos discípulos (ver tb Mc 16,14-18):

Mt 28,16-20: Os onze discípulos foram para a Galiléia,... Então Jesus se aproximou, e falou: "... Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês...”.

Essa passagem é o que, por último, encontramos no evangelho de Mateus e somente nele é que se recomenda batizar “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”, ou seja, em toda a Bíblia é o único passo que diz isso. Chama-nos atenção para o fato de que, naquela época, não se acreditava na Trindade, provando que isso é uma vergonhosa interpolação para justificar práticas ritualísticas criadas posteriormente à morte de Jesus. Agiram dessa forma para transparecer que era coisa comum no período em que Ele ainda vivia entre os discípulos.

Léon Denis, em Cristianismo e Espiritismo, disse:

Depois da proclamação da divindade de Cristo, no século IV, depois da introdução, no sistema eclesiástico, do dogma da Trindade, no século VII, muitas passagens do Novo Testamento foram modificadas, a fim de que exprimissem as novas doutrinas (Ver João I, 5,7). “Vimos, diz Leblois (145), na Biblioteca Nacional, na de Santa Genoveva, na do mosteiro de Saint-Gall, manuscritos em que o dogma da Trindade está apenas acrescentado à margem. Mais tarde foi intercalado no texto, onde se encontra ainda”.

__________

(145) “As bíblias e os iniciadores religiosos da humanidade”, por Leblois, pastor de Strasburgo.

(DENIS, 1987, p. 272). (grifo nosso).

Grifamos apenas para ressaltar que a origem dessa informação foi tirada da fala de um pastor; isto é importante para demonstrar a imparcialidade de quem dá a notícia.

Entretanto, para nossa própria grata surpresa, conseguimos também provar essa interpolação, ao lermos Orígenes(185-254), considerado como um dos “Pais da Igreja”, que viveu na Antiguidade cristã. Na sua obra apologética intitulada Contra Celso (cerca de 248), ele, refutando as críticas deste filósofo pagão contra os cristãos, transcreve, em seu discurso, muitas passagens bíblicas, e, entre elas, cita Mt 28,19 com o seguinte teor: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos” (ORÍGENES, 2004, p. 154). O que atesta que a expressão “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” foi mesmo colocada, posteriormente, para se justificar o dogma da Trindade.

O historiador e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, David Flusser (1917-2000), que lecionou no Departamento de Religião Comparada por mais de 50 anos, nascido na Áustria, foi estudioso da literatura clássica e talmúdica, conhecia 26 idiomas, informa que:

De acordo com os manuscritos de Mateus que foram preservados, o Jesus ressuscitado ordenou aos seus discípulos batizar todas as nações “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. A fórmula trinitária franca, aqui, é de fato notável, mas já foi mostrado que a ordem para batizar e a fórmula trinitária faltam em todas as citações das passagens de Mateus nos escritos de Eusébio anteriores ao Concílio de Nicéia. O texto de Eusébio de Mt 28:19-20 antes de Nicéia era o seguinte: “Ide e tornai todas as nações discípulas em meu nome, ensinando-as a observar tudo o que vos ordenei”. Parece que Eusébio encontrou essa forma do texto nos códices da famosa biblioteca cristã em Cesaréia. 75 Esse texto mais curto está completo e coerente. Seu sentido é claro e tem seus méritos óbvios: diz que o Jesus ressuscitado ordenou que seus discípulos instruíssem todas as nações em seu nome, o que significa que os discípulos deveriam ensinar a doutrina de seu mestre, depois de sua morte, tal como a receberam dele. (FLUSSER, 2001, p. 156).

É importante transcrevermos também a nota 75 em que Flusser coloca sua base de informação:

75. Ver D. Flusser, "The Conclusion of Matthew in a New Jewish Christian Source", Annual of the Swedish Theological lnstitute, vol. V, 1967, Leiden, 1967, pp. 110-20; Benjamin J. Hubbard, “The Matthean Redaction of a Primitive Apostolic Commissioning", SBL, Dissertation Series 19, Montana, 1974. Mais testemunho da conclusão não-trinitária de Mateus está preservado num texto copta (ver E. Budge, Miscelleaneous Coptic Texts, Londres, 1915, pp. 58 e seguintes, 628 e 636), onde é descrita uma controvérsia entre Cirilo de Jerusalém e um monge herético. "E o patriarca Cirilo disse ao monge: 'Quem te mandou pregar essas coisas?' E o monge lhe disse: 'O Cristo disse: Ide a todo o mundo e pregai a todas as nações em Meu nome em cada lugar". O texto é citado por Morcon Smith, Clement of Alexandria and a Secret Cospel of Mark, Harvard University Press, Cambridge, Mass, 1973, p. 342-6. (FLUSSER, 2001, p. 170).

Na seqüência, Flusser diz que...

um testemunho adicional das versões mais curtas de Mt 28:19-20a foi descoberto há pouco tempo numa fonte judeu-cristã...” (FLUSSER, 2001, p. 156), citando como fonte: Sh. Pinès, “The Jewish Christians of the Early Centuries of Christianity According to a New Source”, The Israel Academy of Sciences and Humanities Proceedings, vol. II, nº 13, Jerusalém, 1966, p. 25. (FLUSSER, 2001, p. 170).

Para corroborar tudo isso iremos apresentar a opinião de Geza Vermes, um dos maiores especialistas sobre a história do cristianismo, que, falando sobre esse passo, disse:

[...] Nos programas missionários anteriores, não houve questão quanto ao batismo, e menos ainda quanto a batizar nações inteiras. Além disso, o batismo administrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo não tem precedente não só nos Evangelhos, mas também em qualquer lugar de todo o Novo Testamento. A fórmula que ocorre em Atos dos Apóstolos é batismo “em nome de” Jesus (At 2,38; 8,16; 10,48; 19,5) e, em Paulo, batismo “em Cristo” (Rm 6,3; Gl 3,27). Fora de Mateus, a fórmula trinitária, Pai, Filho e Espírito Santo ocorre pela primeira vez no manual litúrgico da igreja primitiva intitulado Didaqué ou Instrução dos Doze Apóstolos, que é datado da primeira metade do século II d.C. Tudo isso aponta para uma origem tardia de Mt 28,18-20.[...] (VERMES, 2006, p. 377-378). (grifo nosso).

Podemos colocar dois argumentos para contradizer essa passagem de Mateus: 1º) é que Jesus, quando vivo, não recomendou o batismo de água, mas um outro, o que veremos mais à frente; 2º) em Atos (2,38; 8,16; 10,48 e 19,5) temos a prova de que se batizava somente “em nome de Jesus”, evidenciando falta grave de quem fez a interpolação por não ter percebido esse pequeno detalhe. Eh!... Não há mesmo crime perfeito!

Mas esse fato não passou despercebido pelos tradutores da Bíblia de Jerusalém, que o minimizam dizendo:

É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar “no nome de Jesus” (cf. At 1,5+; 2,38+). Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da Trindade. Quaisquer que tenham sido as variações nesse ponto, a realidade profunda permanece a mesma. O batismo une à pessoa de Jesus Salvador; ora, toda a sua obra salvífica procede do amor do Pai e se completa pela efusão do Espírito. (explicação para Mt 28,19, p. 1758). (grifo nosso).

A segunda passagem, em que se supõe Jesus ter dito algo sobre o batismo, é essa:

Mc 16,14-16: “Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos... disse-lhes:’Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado’".

Aqui se percebe claramente que atribuíram essas palavras a Jesus. É tão óbvio isso que se torna difícil negar, especialmente se verificarmos a frase “quem não acreditar, será condenado”; isso porque para ela ser coerente com essa outra “quem acreditar e for batizado, será salvo”, deveria ser uma sentença negativa da seguinte forma: “Quem não acreditar e não for batizado, será condenado”.

Além disso, se compararmos essa passagem com o que encontramos em Atos, veremos que não era esse o pensamento corrente, já que nessa outra nem se fala em batismo; vejamos: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa” (At 16,31). Desconcertante é que nesse versículo se diz que apenas “um da família” precisa crer para que sua casa, quer dizer, toda sua família, seja salva. Já no verso de Marcos a norma é outra, já que não só nada foi dito dos familiares, mas também porque afirma que a regra para todos é: "quem crer e for batizado...", deixando-nos na certeza da interpolação mal feita.

Mais complexa fica essa questão da salvação, já que também está dito: “... o Evangelho que vos preguei,... por ele sereis salvos,...” (1Cor 15,1-2), deixando-nos completamente perdidos quanto a saber o que efetivamente irá nos salvar; fora o que foi dito por Jesus: “a cada um segundo suas obras” (Mt 16,27).

Entretanto, para não dar a impressão de que isto é só opinião nossa, vamos apresentar o que disseram os tradutores da Bíblia de Jerusalém. Leiamos suas observações relativas a Marcos capítulo 16, versículos de 9 a 20:

O trecho final de Mc (vv. 9-20) faz parte das Escrituras inspiradas; é tido como canônico. Isso não significa necessariamente que foi escrito por Mc. De fato, põe-se em dúvida que este trecho pertença à redação do segundo evangelho. – As dificuldades começam na tradição manuscrita. Muitos mss, entre eles o do Vat. e o Sin., omitem o final atual... A tradição patrística dá também testemunho de certa hesitação. – Acrescentemos que, entre os vv. 8 e 9, existe, nessa narrativa, solução de continuidade. Além disso, é difícil admitir que o segundo evangelho, na sua primeira redação, terminasse bruscamente no v. 8. Donde a suposição de que o final primitivo desapareceu por alguma causa por nós desconhecida e de que o atual fecho foi escrito para preencher a lacuna. Apresenta-se como um breve resumo das aparições do Cristo ressuscitado, cuja redação é sensivelmente diversa da que Marcos habitualmente usa, concreta e pitoresca. Contudo, o final que hoje possuímos era conhecido, já no séc. II por Taciano e santo Ireneu, e teve guarida na imensa maioria dos mss gregos e outros. Se não se pode provar ter sido Mc o seu autor, permanece o fato de que ele constitui, nas palavras de Swete, “uma autêntica relíquia da primeira geração cristã”. (Bíblia de Jerusalém, p. 1785). (grifo nosso).

Apesar desses argumentos, é certo que ainda encontraremos pessoas que continuarão a aceitar a frase como verdadeira. Mesmo que fosse, por coerência, é muito improvável que Jesus estivesse falando do batismo de João. O mais certo é que estaria se referindo ao batismo "com Espírito Santo e com fogo", pois é o que sucede a todo aquele que crê em suas palavras e pratica seus ensinos.

Que essa passagem de Marcos não deveria ser usada para sustentar o batismo que praticam é um fato. Inclusive é o que podemos comprovar pela opinião do tradutor da Bíblia Anotada que, em relação à Mc 16,9-20, diz:

“... A discutível genuinidade dos vv. 9-20 torna pouco sábio construir uma doutrina ou basear uma experiência sobre eles (especialmente os vv. 16-18)” (Bíblia Anotada, p. 1265). E, especificamente, quanto ao versículo 16, ele explica: “Esta pode ser uma referência ao batismo do Espírito Santo (1Cor 12:13). O batismo com água não salva (veja as notas sobre At. 2:38; 1Pe 3:21)” (Bíblia Anotada, p. 1265).

Mais opiniões sobre essa parte do evangelho de Marcos:

Mc 9-20: Este trecho difere muito do livro até aqui; por isso é considerado obra de outro autor. Os cristãos da primeira geração provavelmente quiseram completar o livro de Marcos com um resumo das aparições de Jesus e uma apresentação global da missão da Igreja. Parece que inspiraram no último capítulo de Mateus (28,18-20), em Lucas (24,10-53), em João (20,11-23) e no início do livro dos Atos dos Apóstolos (1,4-14). (Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, p. 1307). (grifo nosso).

Mc 16,1-8: A conclusão original do evangelho de Marcos é surpreendente e desconcertante, a ponto de os escritores posteriores terem acrescentado um epílogo, respaldado como canônico pela autoridade da Igreja... (Bíblia do Peregrino, p. 2446) (grifo nosso).

Mc 16,9: A passagem 9-20 falta nos manuscritos mais antigos. Não é provavelmente de Marcos. (Bíblia Sagrada Editora Ave Maria, p. 1344). (grifo nosso).

Seguindo em nossa análise, veremos que pelo evangelho de Lucas (cap. 24) nada foi recomendado aos discípulos com relação a esse nosso assunto. Mas como Lucas, segundo os exegetas, é o autor do livro Atos dos Apóstolos, é nele que encontramos as recomendações de Jesus, na versão desse evangelista:

At 1,1-5: “... Jesus começou a fazer e ensinar, desde o princípio, até o dia em que foi levado para o céu. Antes disso, ele deu instruções aos apóstolos que escolhera, movido pelo Espírito Santo... Estando com os apóstolos numa refeição, Jesus deu-lhes esta ordem: ‘Não se afastem de Jerusalém. Esperem que se realize a promessa do Pai, da qual vocês ouviram falar: 'João batizou com água; vocês, porém, dentro de poucos dias, serão batizados com o Espírito Santo’...”.

Conforme já dissemos anteriormente, Jesus pregou, sim, um batismo, mas o batismo do Espírito Santo e não o de água. E aqui, dessa passagem, não consta que devemos ser batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, como está em Mateus, evidenciando, mais uma vez, que isso é mesmo uma interpolação. E, em relação aos discípulos, o batismo do Espírito Santo, foi o único ao qual eles se submeteram; o que nos leva a concluir que, caso haja necessidade de batismo, é esse o que deveria ser feito.

Podemos ainda, nesse ponto, colocar o que Pedro disse: “Foi então que me lembrei da declaração do Senhor, quando disse: ‘É verdade que João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo’” (At 11,16). Essa passagem confirma a anterior, onde se encontra o que Lucas disse.

E, por fim, vejamos a narrativa de João.

Jo 20,19-23: “Era o primeiro dia da semana. Ao anoitecer desse dia, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo das autoridades dos judeus, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: ‘A paz esteja com vocês’. ‘... Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês’. Tendo falado isso, Jesus soprou sobre eles, dizendo: ‘Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados’".

Em João não encontramos Jesus recomendando diretamente nenhum tipo de batismo. Mas, por outras passagens, já citadas, podemos entender que “ao soprar sobre os discípulos” Jesus estava realizando o batismo do Espírito Santo, aquele que lhes tinha prometido. Inclusive, era esse o praticado pelos discípulos; senão vejamos:

At 2,38: “Pedro lhes respondeu: ‘Convertei-vos e cada um peça o batismo em nome de Jesus Cristo, para conseguir perdão dos pecados. Assim recebereis o dom do Espírito Santo’”.

At 10,44-48: “Pedro ainda falava, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que escutavam seu discurso. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido de Jope com Pedro, ficaram admirados por verem que o dom do Espírito Santo tinha sido derramado também sobre os não-judeus. De fato, eles os ouviam falar em diversas línguas e glorificar a Deus. Então Pedro disse: ‘Quem poderá recusar a água do batismo a esses, que receberam o Espírito Santo da mesma forma que nós?’ E decidiu que fossem batizados em nome de Jesus Cristo...”.

Observe, caro leitor, que uma parte do passo de Atos 10,44-48 tem tudo para ter sofrido uma interpolação, talvez por quererem justificar o batismo com água. Vejamos o trecho do texto para análise: “Então Pedro disse: ‘Quem poderá recusar a água do batismo a esses, que receberam o Espírito Santo da mesma forma que nós?’”. Se dele retirarmos a expressão “a água do batismo” o texto estaria mais coerente em sua estrutura e significado; senão vejamos: “Quem poderá recusar a esses, que receberam o Espírito Santo da mesma forma que nós?” Assim, percebemos que a expressão “a água do batismo” não tem nada a ver com o assunto abordado por Pedro, que certamente questionava se essas pessoas iriam ser recusadas mesmo depois de terem recebido o “dom do Espírito Santo”.

Ressaltamos também a questão, falada anteriormente, quando comentamos At 19,1-6, sobre a fórmula do batismo, que, ao invés de “em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo”, batizavam somente “em nome de Jesus”. Aliás, com relação a essa última expressão podemos encontrar dez outras passagens [[1]] em que se diz para fazer algo “em nome de Jesus”, enquanto que, em relação à primeira, nenhuma, pois a única encontrada provou-se ser uma interpolação.

Há ainda uma outra passagem bíblica que, apesar de não se relacionar ao batismo, querem os teólogos, com suas interpretações dogmáticas, atribuir-lhe tal sentido. É a passagem que narra o diálogo de Jesus com Nicodemos, conforme o evangelho de João:

“... Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus’. Disse-lhe Nicodemos: ‘Como pode um homem nascer, sendo velho? Poderá entrar segunda vez no seio de sua mãe e nascer?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: deveis nascer de novo. O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde ele vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito’. Perguntou-lhe Nicodemos: ‘Como isso pode acontecer?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘És mestre em Israel e ignoras essas coisas? Em verdade, em verdade, te digo: falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos, porém, não acolheis o nosso testemunho. Se não credes quando vos falo das coisas da terra, como crereis quando vos falar das coisas do céu?’” (Jo 3,1-12).

Sobre esse assunto, o primeiro ponto, inclusive, já poderíamos ter falado antes, quando citamos trechos do evangelho de João. É que nos parece muito estranho atribuir a autoria desse evangelho a ele, porquanto sabemos que foi escrito em grego - por volta de 100 d.C. - e que, como Pedro, João era iletrado e sem instrução (At 4,13), ficando-nos uma enorme suspeita de que “falaram” por ele, ou então isso veio por uma provável psicografia. O segundo é em relação ao fato de que Jesus não batizou nem recomendou batismo de água a ninguém, conforme estamos constatando neste estudo.

Quanto ao conteúdo deste texto, não há explicação para que Nicodemos “ignorasse essas coisas”, sendo ele um membro do Sinédrio, especialmente se Jesus estivesse se referindo ao batismo, pois, se fosse mesmo, certamente ele o teria entendido. Se ignorava, é porque, na verdade, era sobre outra coisa que Jesus lhe falava. Pelos seus questionamentos a Jesus, fica claro que era algo muito mais profundo do que um simples ritual, como o do batismo; portanto, seria um assunto mais complexo que esse. Com certeza, a reencarnação é algo assim, já que a maioria das pessoas por “ignorar essas coisas”, não sabe exatamente como pode “um homem velho voltar a nascer de novo; porventura, irá entrar no seio de sua mãe e nascer”? A esses Jesus replicaria, como já o fizera antes: “Não te admires disso”.

Para justificarem o batismo nessa passagem concentram seus argumentos no trecho “quem não nascer da água”, jogando por terra todo o simbolismo que, naquele tempo, se via nisso:

[...] A água tinha grande simbolismo entre os hebreus: tanto o espírito como as águas são fecundos (Is 32:15; 44,3; Ez 36:25-27); o espírito é coisa que Deus envia e derrama, como água (Jl 3,1-2; Zc 12;10). Água era uma expressão para indicar influências boas ou más, como no (Sl 1,3): “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem; e tudo quanto fizer prosperará”. [...] (PALHANO, 2001, p. 403).

Então concluímos que Jesus, após sua ressurreição, manteve-se coerente com o que pensava antes de sua morte; a mudança ocorreu por conta de interpolação e acréscimo. Ainda bem!

Conclusão

A justificativa de alguns para o ritual do batismo, é porque todos, ao nascerem, trazem como herança o pecado original. De fato, é bastante “original” o pecado de Adão e Eva; apenas isso, pois, ao imputarem-no a todos nós, além de cometerem a maior das injustiças, é contrário ao que “a palavra de Deus” determina: “Os pais não serão mortos pela culpa dos filhos, nem os filhos pela culpa dos pais. Cada um será executado por causa de seu próprio crime” (Dt 24,16) ou “O indivíduo que peca, esse é que deve morrer. O filho nunca será responsável pelo pecado do pai, nem o pai será culpado pelo pecado do filho” (Ez 18,20).

Mas, se tal coisa é verdadeira, se devemos ser batizados por conta do pecado original, então como explicar o batismo de Jesus, já que todos nós acreditamos que Ele tenha nascido puro? Por que Jesus nunca disse: Vá, seja batizado e será salvo? Evidentemente é porque Jesus nunca pregou o batismo de João, apesar de, conforme já o dissemos, encontrarmos uma passagem bíblica (Mc 16,14-16), sobre a qual já comentamos, colocando isso como se fossem palavras de Jesus.

Por outro lado, entre o ritual do batismo praticado por João Batista e o realizado hoje em dia, há grande diferença, pois o anterior era o batismo do arrependimento que só era realizado após a pessoa confessar seus pecados, o que não acontece quando se batiza uma criança recém-nascida. De fato, o batismo nos primeiros tempos do cristianismo era tido como sendo um ritual que conferia uma espécie de selo ao novo cristão, ao novo convertido, ou seja, o ritual não era uma causa, mas uma conseqüência da conversão. E hoje, mesmo no caso de pessoas adultas que fizeram "estudo bíblico" para se batizarem, elas não confessam seus pecados nem antes, nem durante ou após a cerimônia. Além disso, o ritual era o de submersão (mergulho); mas vemos que, nas práticas atuais, nem sempre o fazem dessa forma, já que em determinadas correntes religiosas apenas se esparge água sobre o crente, enquanto que em outras se derrama água sobre a sua cabeça. Com isso, ratificamos o que dissemos anteriormente sobre as igrejas cristãs praticarem mesmo é o batismo de João.

Mas quem tem razão? Qual dos Espíritos Santos está lhes inspirando o batismo correto?

Uma outra questão: as mulheres eram batizadas? Sim (At 8,12); mas isso é estranho já que, pela cultura da época, as mulheres não tinham o menor valor; inclusive, parece-nos que nem mesmo participavam dos rituais religiosos (1Cor 14,34-35), só admitidos aos homens. Convém lembrar que o ritual de iniciação judaica era a circuncisão, obviamente feita somente aos do sexo masculino. Sabendo-se que as mulheres estão salvas “por dar à luz filhos” (1Tm 2,15), não haveria necessidade de batizá-las visando-lhes a salvação por esse ritual; não é mesmo?

Justificam alguns que, pelo fato de Jesus ter sido batizado, nós também devemos sê-lo. Embora já tenhamos demonstrado por que Jesus foi batizado (Jo 1,31.33), afirmamos que, se o simples fato dele ter sido batizado nos obriga a isso, então, por questão de coerência e de lógica, devemos manter o ritual da circuncisão, já que Jesus também se submeteu a tal prática. Ah! Só mais um lembrete: Jesus também foi crucificado... Quem se habilita?

Outros mais, talvez, apresentem alguma passagem bíblica para corroborar o batismo, por puro apego a rituais, dos quais não querem largar mão; por isso não buscam uma visão do conjunto e se dão por satisfeitos com a primeira passagem que encontram. Muitos desses, provavelmente, irão querer contestar esse nosso texto; mas, se não pesquisam sobre o assunto e ainda ficam presos às interpretações dogmáticas, o que poderemos fazer?... A esses apenas apresentamos esta passagem: “Temos muito a dizer sobre este assunto, mas é difícil explicar, porque vocês se tornaram lentos para compreender. Depois de tanto tempo, vocês já deviam ser mestres; no entanto, ainda estão precisando de alguém que lhes ensine as coisas mais elementares das palavras de Deus. Em vez de alimento sólido, vocês ainda estão precisando de leite. Ora, quem precisa de leite ainda é criança, e não tem experiência para distinguir o certo do errado. E o alimento sólido é para os adultos que, pela prática, estão preparados para distinguir o que é bom e o que é mau” (Hb 5,11-14).

Mas cabe-nos um esclarecimento final a respeito do batismo, aquele que era o praticado naquela época; para isso vamos recorrer a Palhano Jr, que explica:

Batismo. (Do grego: bapto, mergulhar). Ritual de purificação. João Batista administrava um batismo de arrependimento para a remissão de pecados (Marcos 1,4), antecipando o batismo no espírito e em fogo (verdade) que o Messias exerceria (Mateus 3,10). O batismo cristão está arraigado na ação redentora de Jesus e o ato d'Ele, quando se submeteu ao batismo de João (Marcos 1,9), demonstrou e efetivou sua solidariedade com os homens. Na igreja primitiva, o batismo não era com água, mas com a imposição das mãos sobre aquele que se convertia e objetivava o chamado 'dom do espírito santo', isto é, sensibilizar aquele que era batizado para que ganhasse percepção espiritual ou mediúnica (Atos 19,6). O batismo com água é um mero ritual sem nenhum valor moral e os espíritas não devem se preocupar com isso. Trata-se de um sacramento dogmático que afirma ter ação salvadora um ato externo, ritualístico, mais uma obrigação religiosa que descaracteriza a obrigação do esforço próprio, para o merecimento da paz e da felicidade. O batismo de criancinhas, para apagar o 'pecado original', é o resultado da ação judaizante sofrida pelos cristãos, pois nada mais é do que a substituição do sinal da circuncisão ao oitavo dia de nascido para o filho varão. O espiritismo preconiza a inutilidade de qualquer culto, ritual, sacramento, paramento, sinal, para as coisas religiosas, visto que os verdadeiros adoradores de Deus o adoram em espírito e verdade (João 4,23). (PALHANO JR, 1999, p. 173).

         Esperamos, caro leitor, que esse estudo possa lhe ser útil em alguma coisa, especialmente para que encontre a “verdade que liberta”.

 

 

 

Paulo da Silva Neto Sobrinho

Revisado e ampliado em jan/2007.

(Revisado Abr/2008)

Referências Bibliográficas

Bíblia Anotada. São Paulo: Mundo Cristão, 1994.

Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral. São Paulo: Paulus, 2001.

Bíblia Sagrada, Edição Barsa, Rio de Janeiro: Catholic Press, 1965.

Bíblia Sagrada, São Paulo: Ave Maria, 1989.

Bíblia do Peregrino, São Paulo: Paulus, 2002.

CHAVES, J. R. A Face Oculta das Religiões, São Paulo: Martin Claret, 2001.

DENIS, L. Cristianismo e Espiritismo, Rio de Janeiro: FEB, 1987.

FLUSSER, D. O Judaísmo e as Origens do Cristianismo, vol. II, Rio de Janeiro: Imago, 2001.

LETERRE, A., Jesus e sua Doutrina: a distinção entre cristianismo e catolicismo: um estudo que remonta há mais de 8.600 anos. São Paulo: Madras, 2004.

MARTINS, C., Nas Fronteiras da Ciência, São Paulo: DPL, 2001.

ORÍGENES. Contra Celso, São Paulo: Paulus, 2004.

PALHANO JR, L. Teologia Espírita, Rio de Janeiro: CELD, 2001.

PALHANO JR, L. Aos Gálatas: a carta da redenção, Niterói, RJ: Lachâtre, 1999.

SCHUTEL, C., O Batismo, Matão, SP: O Clarim, 1986.

VERMES, G. O autêntico Evangelho de Jesus. Rio de Janeiro: Record, 2006.



[1]        Mt 18,5; 18,20; 24,5; Mc 9,39; 9,41; 16,17; Jo 14,13-14; 14,26; 15,26; 16,23-24.26.

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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 21.03.10 às 17:26link do post | favorito

 

 

Eis abaixo algumas das afirmações absurdas contidas na Bíblia.

GÊNESIS 1:29: “Todas as plantas com semente, todas as árvores em que há fruto que dá semente servirão de alimento para o homem”.
E as plantas venenosas com semente?

GÊNESIS 4:17: Caim constrói e povoa uma cidade em duas gerações apenas.
Esse Caím devia ser um super-homem.

GÊNESIS 6:4: Havia gigantes na Terra..
A arqueologia mostra que os povos antigos eram menores do que os de hoje. Gigantes que as buscas descobriram foram só os dinossauros, muito mais antigos do que o homem, alguns outros seres, como elefantes, hipopótamos, e alguns outros. Nada que se  assemelhasse a humanos.

GÊNESIS 6:5: Por estar insatisfeito com o homem, Deus decide inundar a terra e eliminar toda a humanidade. Todos os seres vivos, plantas, animais, mulheres e crianças inocentes são também exterminados.
E ainda falam de um deus onipotente, perfeito, justo e bom.

GÊNESIS 8:21: O odor da carne sacrificada agradou ao Senhor.
Que coisa estranha! Queimar carne para agradar a um ser perfeito!

GÊNESIS 30:37-43: Jacó altera a estrutura genética do gado fazendo com que eles procriem em frente a varas de madeira verde descascada, fazendo com que os bezerros nasçam listrados e malhados por essa influência visual. E Jacó fazia isso para enganar Labão a quem servia...
Que engenharia genética simples! Ou estava o deus perfeito e justo auxiliando a um fraudador? Hum! E ainda há que pense que fraude é coisa de políticos atuais!

ÊXODO 12:30: O Senhor mata todos os primogênitos do Egito, inclusive o dos animais, e não há uma casa onde não há pelo menos um morto.
Isso quer dizer que em todas as casa havia pelo menos um primogênito. Ademais, que deus justo é este que, por vingança contra um rei, fere tantos inocentes?.
ÊXODO 12:37; NÚMEROS 1:45-46: O número de judeus homens que partiu do Egito é de 600.000.
Considerando-se no mínimo uma mulher, um filho e uma pessoa idosa para cada um deles, temos um total de aproximadamente 2.000.000 de israelitas saindo do Egito, numa época em que toda a população de egípcios era menor que esse número.

NÚMEROS 22:21-30: Uma jumenta vê um anjo, reconhece-o como tal e começa a falar na língua humana (provavelmente em Hebraico) como o seu dono.
Depois da análise das afirmações passíveis de comprovação, podemos dizer que jumento falando é conversa pra burro!

DEUTERONOMIO 1:1: Moisés discursa para todo o povo de Israel (cerca de 2.000.000 de pessoas!) Que pulmões teria Moisés!!!!

DEUTERONOMIO 7:15: Moisés promete a seu povo que Deus não deixará que ninguém fique enfermo e no versículo 14 diz que ninguém será estéril, nem mesmo dentre os animais. Parece que essa promessa não foi cumprida. O povo continuou a adoecer.

DEUTERONOMIO 25:5-9: O homem tem por obrigação manter relações sexuais com a viúva de seu irmão, para nela gerar um filho. Caso ele se recuse, a sua cunhada deverá cuspir em seu rosto na frente dos mais velhos.
Ainda bem que estamos vivendo muito depois disso!

JUÍZES 7:12: Os camelos eram tão grande NÚMEROS como os grãos de areia da praia.
Eram camelos para árabe nenhum botar defeito! Deviam estar se reproduzindo como micróbios.

REIS I 3:12, 16-28: Salomão, o homem mais sábio que já existiu, não consegue pensar em um jeito melhor para determinar qual a mãe verdadeira de uma criança, a não ser ameaçando esquartejar a criança. Isso sem falar no distúrbio mental que poderia ter causado na mãe verdadeira, pois afinal ele era o rei, todo poderoso, e podia fazer o que quisesse.

REIS I 6:2: CRÔNICAS II 3:3: O templo de Salomão tinha 28 metros de comprimento por 13 de largura. E mesmo assim, (REIS I 5:15-16) 153.300 pessoas foram usadas na sua construção (REIS I 6:38) durante 7 anos.
Que construtores moles! Eram muito diferentes de Caim! Ele sozinho faria esse templo em poucos dias. Por outro lado, se você for pôr tanta gente a trabalhar em tão pouco espaço, certamente uns impedirão os outros de trabalhar. Se deitassem uns sobre os outros, encheriam o templo até o teto e ficaria uma imensa multidão, maior parte, do lado de fora.

CRÔNICAS I 22:14: 5,8 toneladas de ouro e 52 toneladas de prata foram consumidos em sua construção. CRÔNICAS I 23:4: 24.000 supervisores e 6.000 oficiais e juizes foram empregados na obra. Nem os supervisores, nem mesmo os oficiais seriam capazes de se amontoarem dentro do tal templo.

REIS I 10:24: Toda a terra buscava Salomão para ouvir sua sabedoria. Entretanto, nada se encontra na literatura de povos vizinhos dos hebreus sobre a sabedoria de Salomão.

REIS I 17:2-6: Deus ordena aos corvos que levem pão e carne a Elias em seu refúgio. Nem quero saber dessas asquerosas aves!

REIS II 6:5-7: Uma viga de ferro sai nadando. Ferro nadando? É demais!

CRÔNICAS II 7:5: Salomão sacrificou ao Senhor 22.000 bois e 120.000 ovelhas em uma semana.
Isto dá mais de 845 animais por hora, mais de 14 por minuto, sem parar durante toda a semana.
Esse imoladores, sim! Até parecia serem descendentes de Caim, para sacrificar um animal a cada 4 segundo!

CRÔNICAS II 21:20; 22:1-2: Acazias tinha 42 anos quando se tornou rei; ele sucedeu seu pai, que morreu com a idade de 40 anos.
Assim, Acazias era dois anos mais velho que seu próprio pai! É problema para nenhum matemático resolver!

CRÔNICAS II 13:3: Abias enviou 400.000 homens para a batalha contra os 800.000 homens de Jerobão.
Isso dá um total de 1.200.000 indivíduos, todos judeus. (Imaginando no mínimo mais 2 pessoas por cada um - seus pais ou seus filhos - daria uma população judia naquela área de cerca de 4.800.000 pessoas, um número fantástico!

CRÔNICAS II 13:17: 500.000 Israelitas morrem numa única batalha.
Isso é muito mais do que as mortes ocorridas nas batalhas da Segunda Guerra Mundial.

SALMOS 121:6: O sol não te molestará de dia nem a lua de noite. Só mesmo passando a vida dentro de uma caverna!

MATEUS 4:8: Existência de uma montanha tão alta que de seu alto podem ser vistos todos os reinos da Terra. Só mesmo se a Terra realmente plana como eles acreditavam.

MATEUS 27:52-53: Os corpos dos santos mortos se levantaram dos túmulos e entraram na cidade.

MARCOS 11:12-14, 20-21: Jesus amaldiçoa e seca uma figueira só porque ela não estava dando frutos fora da estação.
Hum! Nem a natureza escapava da ira desse manso e humilde de coração!

MARCOS 16:17-18: Aqueles que tem fé podem segurar em serpentes e beber veneno sem que sofram nenhum mal.
Você já viu algum desses poderosos fiéis?

JOÃO 12:34: Uma verdadeira multidão (em uníssono?) faz uma pergunta com cerca de trinta palavras a Jesus (Respondeu-lhe a multidão: "nós temos ouvido da lei, que o Cristo permanece para sempre; e como dizes tu que convém que o Filho do homem seja levantado? Quem é esse filho do homem?").
Isso até seria possível, se ensaiado por um bom tempo.

TIMÓTEO 5:9-11: "Nunca seja inscrita viúva com menos de 60 anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido..." "não admitas as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se".
Coitadas das viúvas daquele tempo!

TIMÓTEO 6:10: O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Será porque com ele compramos todos os bens?

TITO 1:12: "Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos...."
Esses cretenses deviam ser mesmo muito CRETINOS!

HEBREUS 7:1-3: Melquisedeque não teve mãe nem pai, nem princípio nem fim.
Será que naquele tempo já se fazia clone? Isso só resolveria o problema do pai e da mãe. Ele teria princípio. E, se fosse sem fim, alguém hoje o conheceria.

(Adaptado do livro “Algumas Razões pelas quais os Humanistas Rejeitam A Bíblia”, de Joseph C. Sommer).


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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 21.03.10 às 17:13link do post | favorito

 

Em A Gênese, cap. IV, Kardec faz as seguintes colocações:

“A história da origem de quase todos os povos antigos se confunde com a da sua religião; por isso, os seus primeiros livros foram livros religiosos; e, como todas as religiões se prenderam ao princípio das coisas, que são, também, o da Humanidade, deram, sobre a formação e disposição do Universo, explicações em relação com o estado dos conhecimentos da época, e dos seus fundadores. Disso resultou que os primeiros livros de ciência, como foram, durante muito tempo, o único código das leis civis”.

Ao querer colocar a Bíblia como um livro de ciência, o homem reproduziu o que seu conhecimento podia lhe dar a respeito das leis da Natureza.

Isso é compreensível, não devemos condená-los por esse motivo. Entretanto, querer manter a Bíblia como um livro em que se encontra toda a ciência do Universo é pensar como os nossos ancestrais pensavam. Devemos abrir nossa mente para aceitar esta verdade insofismável.

Continua, Kardec:

“A Bíblia contêm, evidentemente, fatos que a razão, desenvolvida pela ciência, não poderia hoje aceitar, e outros que parecem estranhos e repugnam, porque se prendem a costumes que não são mais os nossos. Mas, ao lado disso, haveria parcialidade não reconhecendo que ela encerra grandes e belas coisas. A alegoria, nela, tem lugar considerável, e, sob esse véu, esconde verdades sublimes, que aparecem se se procura o fundo do pensamento, porque, então, o absurdo desaparece”.

Querer segurar o avanço da ciência é de uma infantilidade pueril, para não dizermos ignorância sem tamanho. Por mais que avance a ciência ela irá sempre desvendar as leis que regem os fenômenos da Natureza. Ora, como quem criou a Natureza e suas leis foi Deus, o que o homem descobrir sobre elas, via de conseqüência, são Leis Divinas.

Interessante uma colocação de Kardec a esse respeito:

“Apenas as religiões estacionárias podem temer as descobertas da ciência; essas descobertas não são funestas senão àquelas que se deixam ultrapassar pelas idéias progressivas, imobilizando-se no absolutismo das suas crenças; em geral, fazem uma idéia tão mesquinha da Divindade que não compreendem que assimilar as leis da Natureza reveladas pela ciência, é glorificar a Deus por suas obras; mas, em sua cegueira, nisso preferem fazer homenagem ao Espírito do Mal. Uma religião que não estivesse, em nenhum ponto, em contradição com as leis da Natureza, nada teria a temer do progresso e seria uma religião invulnerável”.

Percebe-se, claramente, que na realidade os adeptos do criacionismo, garantido pela Bíblia, no Livro Gênesis, estão a lançar anátema sobre a Teoria da Evolução, pelo menos por dois motivos:

1º - Por não querer (ou poder?) mudar a opinião sobre a Bíblia já que dizem ser ela infalível.

2º - Por repugnar a muitos a idéia de que possamos ter vindo do macaco.

Não abrindo mão de Adão e Eva serem o primeiro casal humano, ficamos diante de algo que não têm como explicar. Se, após matar Abel, Caim vai para outra região e lá encontra uma mulher, tendo um filho com ela, e pouco depois chega mesmo a fundar uma cidade, na qual põe o nome do seu filho. Ora, que mulher é essa, que povo é esse? Já que para se fundar uma cidade temos que pressupor que existam pessoas para habitá-la.

Entretanto, se admitirmos que Adão e Eva eram apenas um símbolo, que eles não foram o primeiro casal humano, as coisas passam a se encaixarem quanto à questão da mulher de Caim e para os habitantes da cidade que ele fundou, isso sem qualquer tipo de problema. Mas com isso a teoria criacionista cairia por terra.

Recorreremos, novamente, a Kardec, que diz:

“A lei que preside à formação dos minerais conduz, naturalmente, à formação dos corpos orgânicos”.

“A análise química nos mostra todas as substâncias, vegetais e animais, compostas dos mesmos elementos que os corpos inorgânicos. Aqueles, desses elementos, que desempenham o principal papel são o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono; os outros aí não se encontram senão acessoriamente. Como no reino mineral, a diferença de proporção na combinação desses elementos produz todas as variedades de substâncias orgânicas e as suas diversas propriedades, tais como: os músculos, os ossos, o sangue, a bile, os nervos, a matéria cerebral, a gordura nos animais; a seiva, a madeira, as folhas, os frutos, as essências, o azeite, as resinas, etc., nos vegetais. Assim, na formação dos animais e das plantas, não entra nenhum corpo especial que não se ache igualmente no reino mineral”.

(...) “Uma vez que os elementos constitutivos dos seres orgânicos e dos seres inorgânicos são os mesmos que vêm incessantemente, sobe o império de certas circunstâncias, formam as pedras, as plantas e os frutos, pode-se disso concluir que os corpos dos primeiros seres vivos se formaram, como as primeiras pedras, pela reunião das moléculas elementares em virtude da lei de afinidade, à medida que as condições de vitalidade do globo foram propícias a tal ou tal espécie”.

É fácil, agora, concluir que do ponto de vista dos elementos que nos compõem temos os mesmos elementos encontrados no barro e no macaco. Entretanto, é mais racional admitirmos ter vindo de um ser vivo que de uma matéria inorgânica, até mesmo por respeito às próprias Leis Divinas.

Encontramos em Atos 10, 15, uma frase muito interessante que podemos apresentar aos que ainda se repugnam em aceitar que possamos ter vindo, por evolução, de uma espécie animal inferior, vejamos: “O que Deus purificou, tu não deves chamar de impuro”. Analogamente, poderíamos dizer que não existe nada que Deus tenha criado que poderíamos classificar de coisa repugnante, não é mesmo?

Mas veja como o homem se comporta. Muitos medicamentos somente puderam ser úteis ao homem, porque foram antes testados em animais, tais como: macacos e ratos; deveria, por coerência, se repugnar, quando forem utilizar tais remédios.

Para uma melhor compreensão do estudo, teremos que voltar a Kardec, quando ele diz:

“Do ponto de vista corporal, e puramente anatômico, o homem pertence à classe dos mamíferos, dos quais não difere senão por nuanças na forma exterior; de resto, a mesma composição química que todos os animais, os mesmos órgãos, as mesmas funções e os mesmos modos de nutrição, de respiração, de secreção, de reprodução; ela nasce, vive e morre nas mesmas condições, e, em sua morte, seu corpo se decompõe como o de tudo o que vive. Não há em seu sangue, em sua carne, em seus ossos, um átomo diferente daqueles que se encontram no corpo dos animais; como estes, em morrendo, retorna à terra o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono que estavam combinados para formá-lo, e vão, por novas combinações, formar novos corpos minerais, vegetais e animais. A analogia é tão grande que se estudam as funções orgânicas sobre certos animais, quando as experiências não podem ser feitas nele mesmo”.

“Na classe dos mamíferos, o homem pertence à ordem dos bímanos. Imediatamente abaixo dele vêm os quadrúmanos (animais de quatro mãos) ou macaco, dos quais uns, como o orangotango, o chimpanzé, o mono têm certos comportamentos do homem, a tal ponto que, há muito tempo, são designados sobre o nome de homens da floresta; como ele, caminham eretos, servem-se de bastões, constroem suas cabanas, e levam os alimentos à boca com a mão, sinais característicos”.

“Por pouco que se observe a escala dos seres vivos do ponto de vista do organismo, reconhece-se que, desde o líquen até a árvore, e depois do zoófito até o homem, há uma corrente se elevando gradualmente sem solução de continuidade, e da qual todos os anéis têm um ponto de contato com o anel precedente; seguindo-se passo a passo a série de seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior. Uma vez que o corpo do homem está em condições idênticas aos outros corpos, química e constitucionalmente, que ele nasce, vive e morre do mesmo modo, deve ter sido formado nas mesmas condições”.

“Quanto isso possa custar ao seu orgulho, o homem deve se resignar a não ver, em seu corpo material, senão o último anel da animalidade sobre a Terra. O inexorável argumento dos fatos aí está, contra o qual protestaria em vão”.

“Mas, quanto mais o corpo diminui de valor aos seus olhos, mais o princípio espiritual cresce em importância; se o primeiro o coloca ao nível do animal, o segundo o eleva a uma altura incomensurável. Vemos o círculo em que se detém o animal: não vemos o limite onde pode chegar o Espírito do homem”.

As considerações de Kardec foram por nós verificadas recentemente, quando a TV Escola passou, há uns poucos dias, um documentário a respeito de experiências e observações com chimpanzés. Na questão da fala, ele somente não consegue pronunciar os sons das palavras, porque a anatomia de sua boca não permite. Mas, isso não impediu que eles se comunicassem. Foi desenvolvido um aparelho (lexograma, se entendemos corretamente) cheio de vários desenhos e símbolos aleatórios. Quando se aperta um símbolo qualquer o aparelho emite os sons da palavra que aquele símbolo corresponde Assim, através deste método, até mesmo muito rudimentar, estabeleceu-se um determinado nível de comunicação entre os chimpanzés e os pesquisadores.

Em outra situação, ensinavam certos sinais, que correspondiam a um tipo de ação, eles, os chimpanzés, foram capazes de combinar esses sinais para se expressarem. Uma das experiências que achamos muito interessante foi quando colocaram apenas um chimpanzé num cercado, e lá dentro, num local alto colocaram uma banana. O chimpanzé observou o que estava à sua volta, pegou um cubo de madeira foi empurrando-o até ficar bem debaixo da banana, entretanto não conseguiu apanhá-la, pois a altura não era ainda suficiente. Assim que percebeu isso, foi buscar outro cubo, colocou-o por cima do anterior, conseguindo com isso, pegar a banana. Depois colocaram outros chimpanzés naquele lugar, colocando outra banana, o chimpanzé que tinha conseguido pegar a banana, mesmo percebendo a dificuldade dos outros para pegar a banana, fingiu que nada sabia. Entretanto, esses outros chimpanzés utilizaram um novo método, pegando uma vara comprida, bateram na banana, que, imediatamente, caiu. Com esta experiência fica provado que eles podem desenvolver um tipo de planejamento e pensar na maneira, mais fácil ao seu alcance, de resolver o problema à sua frente.

Em termos de comportamentos é pouca a diferença entre eles e os seres humanos. Ao se aproximar um do outro, cumprimentam-se, com abraços ou beijos. As mães fogem para outra tribo para que o pai não venha a cometer o incesto com a filha. Na relação sexual a posição mais tradicional dos humanos é a que eles usam. Existem casos de homossexualismo entre macho e macho e fêmea com fêmea. Quando andam eretos, a similaridade com o homem é muito grande.

Enfim, quem teve a oportunidade de assistir tal documentário não ficou com a menor dúvida que se não descendemos deles, a nossa origem é a mesma.

Mas as evidências não param por aí, veja o que a Revista “Isto É” 1679/-5/12/2001, publica a seguinte nota, na coluna “Século 21”:

“Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução”.

Ora, isso vem justamente colocar mais forte ainda a origem comum entre nós e eles, os macacos.

Quando o homem perceber que o que é mais importante é o nosso espírito, e com isso decida a dar menos valor ao corpo físico, talvez passe a admitir que tenha vindo de animais inferiores. Mas, até que isso chegue, muitos ficarão irritados ao afirmarmos que viemos do macaco. Pobres macacos evoluídos.


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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 16.03.10 às 07:51link do post | favorito



Estou cansado!
Ricardo Gondim

Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensina que Deus restaura as forças do que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista. Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto.

Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos. Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes.

Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa. Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.

Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo.

Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento “científico” da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças.

Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais.

Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas “caiam sob o poder de Deus” para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem.

Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar “piercing”, fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.

Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes. Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.

Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.

Canso de explicar que quase todos os pastores são gananciosos e que as igrejas  existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja. Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.

Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.

Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico. Decidi lutar para não atrofiar o meu coração.

Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos.

Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesia para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai.

Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.

Soli Deo Gloria.

 


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publicado por evangelicosfalsosprofetas, em 16.03.10 às 07:35link do post | favorito

Washington, 13 Nov (Lusa) - O pastor evangélico Tony Alamo, outrora aclamado pregador e líder da Igreja "Ministérios Cristãos", foi condenado hoje a 175 anos de cadeia por abusar de meninas com as quais se "casava" e mantinha relações sexuais.

 

A condenação é mais pesada porque o pastor levou várias das suas "esposas" - com algumas das quais chegou a trocar anéis de casamento - para fora do Estado onde exercia o seu sacerdócio, o Arcansas -o que é um delito federal.

A sentença hoje ditada pelo juiz do Arcansas Harry Barnes é praticamente uma pena de prisão perpétua, já que o condenado tem 75 anos e terá que cumprir pelo menos 85 por cento da condenação antes de poder aceder à liberdade condicional.

 
 

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